Saúde sexual

Diabetes e Disfunção Erétil: qual a relação?

Atualizado: 
05/03/2021 - 12:39
A disfunção erétil (DE) é uma das complicações mais comuns da diabetes, estimando-se que esta afete 3 a 4 vezes mais os homens diabéticos. Para além da diminuição da qualidade de vida, é frequente o desenvolvimento de quadros depressivos.

A disfunção erétil (DE) é definida como “incapacidade persistente de obter ou manter uma ereção satisfatória para a atividade sexual”. E apesar de poder atingir a maioria dos homens em algum momento da vida, atinge 3 a 4 vezes mais os doentes diabéticos. Além disso, os dados mostram que, neste grupo de pessoas, a disfunção erétil costuma manifestar-se entre 5 a 10 anos mais cedo.

Convém, no entanto, reforçar que a disfunção erétil é mais frequente em doentes com diabetes há mais tempo, com mau controlo da sua glicemia ou que que apresentem outras complicações relacionadas com a diabetes, como a neuropatia ou a retinopatia.

Isto acontece porque o excesso de açúcar no sangue, designado de hiperglicemia, provoca lesões e insuficiência de vários tecidos e órgãos, nomeadamente, dos vasos sanguíneos e dos nervos. Nestes casos, os danos que atingem as paredes dos vasos sanguíneos afetam a circulação e o fluxo de sangue para o pénis, impossibilitando ou dificuldade uma ereção.

Sabe-se, por outro lado, que outros fatores como a obesidade, hipertensão, dislipidemia, que estão intimamente ligados à diabetes, se apresentam como importantes fatores de risco para a disfunção erétil, a par do tabagismo e do consumo de álcool.

Não obstante, também alguns medicamentos, como os utilizados para tratar a hipertensão, podem estar na origem da disfunção erétil.

O primeiro passo para combater o problema é falar sobre ele. Assim é importante que o doente aborde o assunto com o seu médico para que este possa seguir o tratamento indicado.

Habitualmente, para o seu diagnóstico é necessária a realização de exames laboratoriais e imagiológicos específicos, além das análises gerais.

Qual o tratamento da disfunção erétil no diabético?

O tratamento da disfunção erétil pode ser feito com recurso a medicamentos orais – fármacos vasodilatadores – que aumentam o fluxo sanguíneo no pénis. No entanto, embora estes possam ser usados de forma segura na maioria dos homens com diabetes, não são indicados para quem apresenta algumas condições cardíacas específicas, pelo que devem ser sempre usados sob indicação médica.

Os tratamentos adicionais incluem terapia de injeção intracavernosa, terapia intrauretral - considerados tratamentos de segunda linha -, dispositivos de constrição a vácuo, e terapia sexual.

A par do tratamento é essencial que adote hábitos de vida saudáveis. Siga alguns conselhos:

Deixe de fumar. O consumo de tabaco estreita os vasos sanguíneos, o que pode condicionar a disfunção erétil.

Controle o peso. O excesso de peso pode causar - ou piorar - a disfunção erétil.

Inclua a atividade física na sua rotina diária. Os exercícios podem ajudar com as condições subjacentes que desempenham um papel na disfunção erétil, incluindo a redução do stresse, o aumento do fluxo sanguíneo.

Reduz o consumo de álcool. O excesso de álcool pode contribuir para a disfunção erétil. Se optar por beber, faça-o com moderação.

Referências:
https://www.diabetes.co.uk/diabetes-erectile-dysfunction.html
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/erectile-dysfunction/in-depth/erectile-dysfunction/art-20043927

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay