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Dermatite Seborreica

Atualizado: 
02/07/2019 - 15:39
É uma inflamação crónica localizada da pele, que provoca prurido e erupção cutânea.
Recém nascido a ilustrar a dermatite seborreica

A dermatite seborreica é uma inflamação das camadas superficiais da pele que provoca escamas no couro cabeludo, na cara e, ocasionalmente, noutras zonas. As erupções cutâneas características da doença ocorrem predominantemente nas áreas de maior produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas. Pode afectar vários membros da mesma família e o clima frio costuma piorá-la.

A causa da dermatite seborreica é desconhecida mas a oleosidade excessiva e um fungo (Pityrosporum ovale) presente na pele afectada estão envolvidos no processo. Pensa-se também que pode existir uma predisposição genética. A maior actividade das glândulas sebáceas ocorre sob a acção das hormonas androgénicas, por isso, o início dos sintomas ocorre geralmente após a puberdade. Nos recém-nascidos também podem ocorrer manifestações da doença, devido ao androgénio materno ainda presente.

O problema manifesta-se, na maioria dos casos, de forma espontânea, embora de carácter crónica, com tendência a períodos de melhora e de piora. De qualquer modo, existem vários factores, como o stress, o cansaço físico, as alterações climatéricas e as infecções cutâneas, que desencadeiam episódios com alguma frequência.

Sintomas da dermatite seborreica

A manifestação mais característica corresponde à produção de escamas secas de cor branca ou oleosas e amarelas, que caem com muita facilidade, podendo ser acompanhadas por prurido, por vezes intenso, e com menor frequência vermelhidão das zonas afectadas.

Existe uma forma de aparecimento muito comum que se pode observar nos recém-nascidos, denominada "crosta láctea", em que o bebé apresenta o couro cabeludo completamente revestido por escamas oleosas e amarelas. Na maioria dos casos, o bebé afectado apresenta igualmente fissuras, escamas e placas de cor vermelha na face, nomeadamente por trás dos ouvidos, nas pregas do pescoço e na região genital.

Nos adultos, o problema costuma desenvolver-se gradualmente. Por vezes, é possível observar-se a presença de escamas e prurido na parte posterior dos ouvidos, axilas, virilha e, nas mulheres, nas pregas submamárias. Por outro lado, noutros casos, estas alterações são acompanhadas por um evidente rubor, afectando as sobrancelhas, os sulcos nasogenianos (nariz), a parte central do tórax e a zona da coluna vertebral.

Contudo, as manifestações mais frequentes ocorrem no couro cabeludo e são caracterizadas por intensa produção de oleosidade (seborreia), descamação (caspa) e prurido (comichão). A caspa pode variar desde fina descamação até a formação de grandes crostas aderentes ao couro cabeludo. A comichão, que pode ser intensa, é um sintoma frequente nesta região e também pode estar presente com menor intensidade nas outras localizações.

Tratamento da dermatite seborreica

Uma vez que se trata de uma condição crónica, não existe medicação que acabe definitivamente com a dermatite seborreica. Porém os seus sintomas podem ser controlados.

O tratamento adequado vai depender da localização das lesões e da intensidade dos sintomas, e deve ser indicado por um médico. Geralmente é feito com medicações de uso local na forma de sabonetes, champôs, loções capilares ou cremes, que podem conter anti-fúngicos ou corticoesteróides, entre outros componentes. Em casos muito intensos, podem ser administradas terapêuticas orais.

Nos adultos, o couro cabeludo pode ser tratado com champôs que contenham zinco, sulfureto de selénio, ácido salicílico, sulfureto ou alcatrão. Deve-se usar este tipo de champô diariamente até controlar a caspa e, depois, duas vezes por semana. Se a dermatite reaparecer depois de se suspender o tratamento, pode começar-se de novo.

Nos lactentes, o couro cabeludo lava-se com um champô suave para bebés e, de seguida, pode-se esfregar suavemente com ácido salicílico em óleo mineral sobre a lesão, utilizando uma escova de dentes macia.

Deve-se evitar a ingestão de alimentos gordurosos e de bebidas alcoólicas e o banho muito quente.

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Fonte: 
dermatologia.net
medipedia.pt
Manual Merck
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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