Degenerescência Macular da Idade: conheça a principal responsável pela perda de visão depois dos 60
Estima-se que 30% da população com mais de 70 anos virá a sofrer de Degenerescência Macular da Idade (DMI) – uma doença degenerativa que afeta a área central da retina, que depois de instalada e, sobretudo, quando não tratada, evolui de forma rápida nas idades mais avançadas.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, esta doença afeta atualmente cerca de 355 mil portugueses. “A forma mais precoce da doença contribui com cerca de 85% a 90% dos casos”, avança a SPO.
Estando fortemente associada ao envelhecimento geral da população, há, no entanto, para além da idade, outros fatores de risco que podem condicionar o seu desenvolvimento. É o caso do tabagismo, algumas doenças como a hipertensão, aterosclerose ou diabetes, exposição intensa à luz solar e radiação ultravioleta.
Na maioria dos casos, e numa fase inicial da doença, a degenerescência macular afeta apenas um dos olhos pelo que o doente pode nem se aperceber de que terá algum problema a afetar a sua visão.
As queixas mais frequentes são a distorção das imagens, diminuição da acuidade visual, alteração da percepção das cores e existência de uma manha escura ou esbranquiçada no centro do campo visual. Uma vez que a visão central é afetada, com o tempo, o doente passa a ter cada vez mais dificuldade em ler e a escrever, assim como a reconhecer rostos ou ver televisão.
Na sua fase mais precoce – designada de Maculopatia da Idade – a doença pode não apresentar qualquer sintoma, caracterizando-se pela presença de alterações maculares que incluem a existência de drusas (cristais no fundo do olho que destroem os fotorreceptores e provocam proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina) apenas detetadas em exame oftalmológico.
Depois de instalada, a doença assume duas formas: a DMI seca e a DMI exsudativa. Segundo as explicações da Sociedade Portuguesa de Oftlamologia, “a forma seca evolui muito lentamente”, caracterizando-se sobretudo pela dificuldade na leitura e na observação de pequenos objetos à distância. Apesar disso, a visão mantida é perfeitamente compatível com a maioria das atividades diárias. Esta corresponde a 80 a 90% de todos os casos da doença e resulta da atrofia progressiva da retina macular.
Na forma exsudativa, há o aparecimento de vasos sanguíneos anormais sob a mácula, que acabam por rebentar e dar origem a hemorragias e cicatrizes no fundo do olho. Esta forma é a mais grave e que mais rapidamente progride para a perda de visão.
Como se trata a Doença Macular da Idade?
A retina destruída pela DMI não pode ser recuperada e a perda de visão é permanente. No entanto, existem tratamentos que impedem ou retardam a progressão da doença. Estes vão desde a utilização de antioxidantes, até à cirurgia para remoção de membranas neovasculares (os tais vasos anormais que se formam sob a mácula) e à fotocoagulação por laser (usada em casos de DMI húmida).
Nas formas precoces da doença, a suplementação com vitaminas C e E, betacaroteno, Zinco e Cobre pode ser indicada para doentes com maior risco de progressão da doença. “A suplementação de xantofilas (luiteína/zeaxantina) e/ou ácidos gordos também se têm revelado eficazes, mas os estudo continuam”, avança a SPO.
Em matéria de prevenção, chama-se a atenção para alguns cuidados gerais que beneficiam, de um modo global, a saúde:
- Não fumar
- Usar óculos de sol devidamente certificados para proteger os olhos dos raios UV
- Usar chapéu
- Reduzir o consumo de gorduras saturadas e o colesterol
- Reduzir o consumo de álcool
- Fazer uma alimentação rica em fruta e legumes (sobretudo em alimentos ricos em antioxidantes)
- Manter a tensão arterial baixa
- Evitar o excesso de peso
- Praticar exercício físico
- Consultar o médico oftalmologista pelo menos uma vez por ano