Conheça os 3 sinais que podem indicar estar perante um caso de escoliose
O teste de Adams, que consiste na flexão da coluna para a frente, é uma forma eficaz para detetar se a criança está a desenvolver alguma deformidade na coluna ou não. Através deste teste de observação, é possível detetar qualquer assimetria (corcunda) na região torácica (costelas e ombros) e observar um lado mais alto que o outro (devido a rotação vertebral e das costelas).
“A prioridade deve ser sempre a deteção precoce da doença e a sensibilização das famílias. Ao ser detetado algum dos principais sinais é crucial procurar ajuda junto do médico assistente para que seja realizado o devido e atempado diagnóstico e, caso se justifique, seja adotado o tratamento adequado precocemente”, explica João Lameiras Campagnolo, ortopedista no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e coordenador da campanha.
No caso das crianças e dos adolescentes com antecedentes familiares, a urgência é ainda maior. Segundo o estudo japonês “Pontuação de risco genético de escoliose idiopática do adolescente para potencial uso clínico", publicado no Journal of Bone and Mineral Research em junho de 2021, através de um “score de risco” é possível prever o aparecimento e a evolução deste tipo de escoliose em crianças e jovens. Desta forma, seria possível prever o desenrolar desta doença e evitar a cirurgia nos casos com menor risco de desenvolvimento da doença. No entanto, trata-se ainda de estudos preliminares.
O objetivo da campanha passa assim por “incentivar a realização do diagnóstico precoce, que permite a existência de um melhor acompanhamento e da adoção do melhor tratamento possível”, acrescenta.
A escoliose é a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes. É mais comum a partir dos 10 anos, o que corresponde a uma idade crítica de crescimento, sendo mais frequente no sexo feminino (8 em cada 10 casos dizem respeito a raparigas). Pode ter várias causas, mas na generalidade (70 a 80% dos casos) a causa não é conhecida, designando-se de escoliose idiopática.
Contrariamente ao que se pode pensar, esta doença, geralmente, não provoca dor. No entanto, provoca uma deformidade visível em forma de “S”, tendo um impacto devastador na autoestima dos afetados.
Pode afetar 2 a 3% das crianças e jovens, mas são menos de 1% os casos que necessitam de tratamento, que pode incluir, em casos menos graves, o uso de colete de correção ou, em casos mais graves, a cirurgia.
“O avanço tecnológico ao longo dos últimos anos permitiu alcançar uma elevada segurança e eficácia aquando da realização destas cirurgias e os resultados têm sido muito positivos”, conclui João Campagnolo.