Caro/a Leitor/a: Já ouviu falar no Banco Português de Cérebros?
Este tecido está armazenado em parafina ou congelado, estando disponível para estudos devidamente autorizados. Os investigadores realizam estudos neste tecido para tentar compreender estas doenças, permitindo desenvolver tratamentos futuros.
Doação de tecido cerebral para investigação
O programa de doação de tecido cerebral tem uma relação estreita com vários hospitais da região norte do país. Apesar de a doação de tecido não beneficiar o individuo diretamente, ela contribui para o avanço do conhecimento médico acerca das doenças neurológicas.
As doenças neurológicas afetam profundamente a vida dos doentes e da sua família. A investigação é crucial para compreender melhor as causas da doença e desenvolver tratamentos para a mesma, sendo para isso essencial a doação de tecido cerebral por parte das pessoas doentes.
Porque é necessária a doação de cérebros?
Muitas doenças neurológicas envolvem alterações ao nível das células cerebrais. Quando uma pessoa com uma doença neurológica morre, informação muito importante pode ser obtida analisando o cérebro, o que nos ajudará a compreender o que de errado está a acontecer. O objetivo final de qualquer investigação nesta área será encontrar uma cura ou um tratamento eficaz para a doença. Apesar do aumento crescente na investigação das doenças neurológicas, o seu progresso depende muito da doação de tecido cerebral.
Quem pode ser dador?
Todas as pessoas que sofram de uma doença neurológica, seguidas em consulta na área geográfica de influência do PBB ou em instituição com protocolo com PBB. Informe-se com o seu médico assistente (neurologista, psiquiatra ou médico de família) sobre esta possibilidade ou contacte o PBB (contactos no final do artigo). O registo como dador terá de ser efetuado sempre via médico assistente.
Porque é que o consentimento é pedido nesta altura?
Este pedido faz-se de forma antecipada para poder criar todas as condições necessárias à doação e causar o mínimo transtorno após a morte.
O que tenho de fazer para ser dador?
Se concordar com a doação do tecido cerebral, deve preencher o Consentimento informado e o Registo de dador e devolver os documentos ao seu médico assistente ou enviá-los por correio para a morada que se encontra no final deste artigo. Nessa altura, irão ficar com uma cópia e enviarão de volta o original do Consentimento informado, junto com instruções a seguir para a doação do tecido cerebral (Protocolo de doação) e o cartão de dador. Estes documentos deverão ser apresentados ao médico que estiver sob responsabilidade na altura da morte. Enviarão igualmente uma carta ao seu médico de família para o informar da sua intenção de ser dador.
O que é que a sua família terá de fazer na altura da sua morte?
O médico responsável na altura da morte (médico de família ou hospitalar) poderá já estar informado sobre a sua intenção de doação, contudo, no caso de ainda não ter conhecimento, o seu familiar mais próximo deverá entregar-lhe os seguintes documentos: Consentimento informado e Protocolo de doação. Estes documentos contêm informação sobre quem devem contactar para que a doação se possa realizar.
O que acontecerá se morrer em casa?
Será necessário ser transferido para um hospital por um período breve após a morte. Normalmente processa-se rapidamente e não interferirá com as exéquias fúnebres.
O que vai acontecer após a doação do tecido cerebral?
O cérebro será inicialmente examinado por neuropatologistas que realizarão o diagnóstico histológico. Esta informação será encaminhada para o seu médico assistente e familiar mais próximo, se assim o desejar, assim que a análise tiver sido realizada.
Após a realização do diagnóstico o tecido cerebral será armazenado nos laboratórios da Unidade de Neuropatologia do Hospital de Santo António, sob a proteção do responsável do Banco Português de Cérebros e ser-lhe-á atribuído um código alfanumérico de forma a tornar a sua identificação anónima. Toda a informação clínica será armazenada numa base de dados segura.
O tecido poderá ser utilizado por médicos e/ou cientistas dedicados à investigação de doenças neurológicas em projetos de investigação do hospital onde é seguido ou outros
centros nacionais e internacionais de excelência na investigação em neurociências.
Por quanto tempo vai durar a investigação e o que irá acontecer com os resultados?
A investigação continuará até a doença ser completamente compreendida e uma cura desenvolvida. Não conseguirão prever quanto tempo irá durar.
Os resultados obtidos na investigação serão publicados em jornais científicos e/ou apresentados em conferências científicas. Os achados poderão igualmente ser utilizados no âmbito da formação e treino médico. Em qualquer das situações em que seja utilizado o material biológico toda a informação será sempre anónima de forma a garantir confidencialidade.
Se assinar o consentimento agora pode alterar a sua vontade depois?
Sim, é livre de desistir a qualquer altura sem que isso afete os cuidados de saúde que lhe estão a ser prestados.
Se tem alguma questão ou se gostaria de discutir mais aprofundadamente alguma dúvida existente, não hesite em entrar em contacto com o PBB.
Contatos úteis:
Banco Português de Cérebros Unidade de Neuropatologia – Departamento de Neurociências Centro Hospitalar Universitário do Porto Largo Prof. Abel Salazar – 4099-001 Porto
Tel +351 913504401
Para acesso aos Formulários consulte: http://www.bancodecerebros.chporto.pt/research/
Folhetos informativos disponíveis em http://www.bancodecerebros.chporto.pt/dador/
Pode colocar questões através do link http://www.bancodecerebros.chporto.pt/info/
Pode ver reportagens televisivas em http://www.bancodecerebros.chporto.pt/news/
Fonte Bibliográfica: http://www.bancodecerebros.chporto.pt/
Autores:
Maria Helena Junqueira - Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Serviço de Medicina do Hospital de Pombal – Centro Hospitalar de Leiria EPE
[email protected]
Pedro Quintas - Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na área de Enfermagem de Saúde Familiar - Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal
[email protected]