Cancro do pulmão: uma jornada com esperança!
Todos os dias, em Portugal, 17 pessoas recebem um diagnóstico de cancro do pulmão (CP) e 14 morrem por este cancro.
Como podemos mudar a evolução daquele que é o cancro que mais mortes causa a nível mundial, europeu e em Portugal? A solução assenta em quatro pilares: prevenção, diagnóstico, evolução terapêutica e investigação.
- Prevenção: sabemos que o tabaco é responsável por 80 a 90% dos diagnósticos de CP. Há outros fatores de risco conhecidos como a exposição a rádon, poluentes, doenças pulmonares prévias como a fibrose pulmonar e a infeção pelo VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana).
A prevenção é essencial e aos fumadores recomenda-se deixar de fumar. Relembra-se que os não fumadores podem ter CP.
- Diagnóstico: quando o CP é detetado numa fase inicial, com a doença localizada, a taxa de sobrevivência aos 5 anos é cerca de oito vezes superior à da doença metastizada (dispersa pelo corpo).
Todos devem estar atentos aos sinais de alarme.
São eles: a tosse recorrente, a presença de sangue na expectoração, falta de ar, alterações da voz, infeções respiratórias repetidas, dor torácica ao respirar, perda de peso sem causa aparente ou cansaço.
Contudo, numa fase inicial o CP pode ser silencioso o que dificulta o diagnóstico.
O rastreio com tomografia computorizada (TAC) torácica de baixa dose, em populações de risco, diminui a mortalidade por CP em mais de 20%. Este benefício foi demonstrado em estudos como o NLST (National Lung Screening Trial) com 53454 participantes e o NELSON (Dutch-Belgian Randomized Lung Cancer Screening Trial) com 15789.
A PULMONALE (Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão) desenhou um projeto piloto de rastreio de CP, com TAC de baixa dose a implementar em Portugal.
- Evolução terapêutica: ao longo dos últimos anos acompanhámos o surgimento de novas técnicas e tratamentos. Além da quimioterapia dispomos, para alguns grupos de doentes de terapêuticas dirigidas a mutações, imunoterapia e mais recentemente de conjugados anticorpo-medicamento (“antibody drug conjugates” ADC). Nestes últimos, o fármaco é transportado ligado a um anticorpo até ao cancro. A evolução terapêutica tem permitido aumentar o tempo de vida e diminuir os efeitos laterais. Os ensaios clínicos desempenham um papel crucial para o acesso a fármacos inovadores e evolução terapêutica.
- Investigação: a investigação, nas suas diversas vertentes, desde laboratorial até à clínica é a base de toda a evolução.
Em conclusão: Fundamental é prevenir, não fumar e recorrer ao médico na presença de sinais ou sintomas de alarme. Existem novos tratamentos que contribuem para o aumento da sobrevivência e qualidade de vida. A mensagem final é de esperança!