O que precisa saber

Branqueamento dentário: esclareça as principais dúvidas

Atualizado: 
30/09/2019 - 10:24
Ter dentes brancos, harmoniosos e bonitos é objetivo de todos nós. Um médico dentista explica em que condições deve ser feito.

O branqueamento dentário consiste na aplicação de um gel/agente branqueador, normalmente o peroxido de hidrogénio ou peroxido de carbamida, sobre o dente. Este agente, após decomposição em oxigénio e subprodutos, possuí a capacidade de penetrar na matriz do dente e libertar as moléculas internas que provocam o escurecimento do dente. Desta forma simples o dente automaticamente obtém uma cor mais clara.

O branqueamento dentário é dos tratamentos mais populares e solicitados pelos pacientes aos seus dentistas. No entanto, existem diversas dúvidas e mitos que importam esclarecer. Uma das questões mais referidas é se o branqueamento danifica o esmalte do dente. A resposta é simples, quando realizado por um médico dentista em ambiente controlado e com os produtos corretos, um branqueamento dentário é totalmente seguro e inócuo para o dente.

Existem duas formas distintas de executar o branqueamento externo. No consultório aplicando concentrações mais elevadas (normalmente 35%) durante um curto período (cerca de 15-30min), usando por vezes uma fonte de luz (habitualmente chamada de laser) para ativar ou acelerar a ação do agente de branqueamento. Em casa (ou em ambulatório) onde o paciente usa moldeiras adaptadas à sua dentição para a aplicação de um gel com concentração mais baixa (10 ou 16%) durante cerca de 4h diárias durante uma a 2 semanas. Em ambos os casos o resultado é a obtenção de um dente mais branco, se bem que a primeira opção é mais rápida mas menos duradora e a segunda mais lenta mas com um resultado mais estável. Importante não esquecer que apesar de ser um processo químico é totalmente neutro para os tecidos dentários.

No entanto, é importante esclarecer diversos outros mitos sobre o tratamento. Logo desde o início é importante referir que nem todos os pacientes podem realizar branqueamento, assim como existem pacientes que não possuem qualquer indicação para realizar este procedimento cosmético.

Assim, é importante que seja feita uma avaliação cuidadosa para que todo o tratamento seja seguro. Por exemplo existem pacientes que possuem dentes claros mas que os mesmos estão recobertos por pigmentos ou calculo. Nestes casos uma consulta de higiene oral com jacto de bicarbonato é suficiente para devolver a cor clara da dentição. Igualmente, paciente com cáries ativas e periodontite não podem realizar este tratamento até que estas doenças estejam controladas.

Outro mito a esclarecer é o facto de o branqueamento apenas atuar sobre o dente natural. Pessoas que possuem restaurações extensas nos dentes anteriores, coroas ou pontes têm de ter atenção especial, uma vez que poderá ser necessário a sua substituição no final do branqueamento para que a cor volte a ser homogénea.

Outro erro comum neste procedimento cosmético por parte dos pacientes é o recursos a pastas de branqueamento existentes no mercado sem serem cientificamente comprovadas e que atuam à base de agentes ácidos e agentes de abrasão que riscam e desmineralizam o esmalte de forma irreversível.

O conselho que fica é que realize este procedimento sempre em segurança e que se aconselhe com o seu médico dentista. No instituto dentário do alto dos moinhos iniciamos sempre este procedimento com uma consulta de avaliação, diagnóstico e planeamento onde é discutido com o doente qual o melhor tipo de branqueamento em função da dentição e do objetivo do doente. Segue-se uma consulta de Higiene oral para remoção de todos os pigmentos e cálculo e só após isto o tratamento de branqueamento em si.

Importante não esquecer que este procedimento não é eterno e obrigará a manutenção contínua para que os resultados sejam mais duradouros.

Dr. Carlos Almeida
Medico Dentista no Instituto Dentário do Alto dos Moinhos
Prática exclusiva na área da Implantologia e Reabilitação Oral

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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