Saúde ocular

Blefarite: saiba o que é e como se trata

Atualizado: 
07/08/2020 - 08:21
Estima-se que sete em cada 10 pessoas que vão a uma consulta de oftalmologia apresentam problemas nas pálpebras. A Blefarite é uma das condições mais frequentes e, embora, em muitos casos, seja uma situação recorrente, com os cuidados corretos pode ser prevenida.
Olho com borbulha com pus na pálpebra

Embora algumas pessoas apresentem predisposição para o seu desenvolvimento, a Blefarite corresponde a uma inflamação do bordo das pálpebras que pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade.

Frequentemente menosprezada, a verdade é que esta doença pode causar bastantes incómodos sobretudo nos casos em que apresenta um carácter crónico.  A sua recorrência está, habitualmente, associada com a colonização exacerbada das pálpebras por bactérias que constituem a flora normal da pele, em resultado do excesso de oleosidade nesta região. No entanto, as suas causas podem ser variadas, levando a que esta doença possa ser classificada em vários tipos:

Blefarite Seborreica – muitos pacientes com blefarite seborreica têm dermatite seborreica na face e couro cabeludo ou rosácea. Nestes casos, há tendência para a produção lípidica excessiva ao nível das glândulas de Zeiss e, sobretudo das glândulas de Meibomius conduzindo à sua obstrução.  

Na blefarite seborreica é muitas vezes observado eritema do bordo palpebral, escamas tipo crostas de cor amarela na base das pestanas.

Este tipo de blefarite é considerado crónico.

Blefarite Estafilocócica – provocada por bactérias (estafilococos) decorre com edema do bordo palpebral, prurido ou eritema. Nestes casos é frequente a perda, desvio ou despigmentação das pestanas. Por vezes podem surgir pequenos abcessos de pus na base do cílios e, posteriormente, dando origem a úlceras superficiais.

Blefarite Alérgica – Nestes casos a inflamação do bordo das pálpebras surge após a picada de um insecto, administração ou exposição a um fármaco ou produto de cosmética (como é o caso da maquilhagem). Para além do inchaço, manifesta-se com prurido, olho vermelho, descamação e conjuntivite papilar.

Este tipo de blefarite pode surgir associada à asma ou febre dos fenos.

Como se trata?

O tratamento desta doença ocular vai depender do tipo de blefarite que está presente. No caso de se tratar de uma blefarite estafilocócica, o tratamento consiste na administração de antibióticos e anti-inflamatórios, em pomada ou colírios.

Caso se trate de uma blefarite seborreica faz-se uso de anti-inflamatórios e limpeza das pálpebras. O objetivo é manter a margem das pálpebras tão limpa quanto possível, utilizando uma compressa embebida em água morna.

A aplicação de calor local, com a ajuda de compressas, que ajuda a remover as crostas e as secreções gordurosas, deve ser feita pelo menos duas vezes por dia, durante alguns minutos. É ainda aconselhado massajar a área suavemente para ajudar a fluidificar as secreções das glândulas.

Em ambos os casos, e sempre que exista desconforto e irritação ocular, pode ser aconselhado a aplicação de lágrimas artificiais.

Esteja atento aos sinais

  • Vermelhidão
  • Prurido
  • Sensação de corpo estranho
  • Olhos lacrimejantes
  • Pálpebras avermelhadas e/ou inchadas
  • Crostas ou caspa na base das pestanas
  • Hipersensibilidade ocular

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Manuais MSD e Rota da Saúde
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay