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Ataques de Pânico. Sabemos realmente o que são?

Atualizado: 
15/12/2020 - 16:37
Os Ataques de Pânico são mais comuns do que muitas vezes julgamos e nem sempre lhes damos a devida atenção. Para quem nunca sofreu um Ataque de Pânico, o conceito pode ser algo muito difícil de compreender. Aliás, a maioria das pessoas não faz ideia da sensação que é ter um Ataque de Pânico. Mesmo para quem os tem, é difícil perceber o que se está a passar consigo e aceitar a verdadeira natureza do seu problema.

Os sintomas são muito semelhantes aos de um ataque cardíaco, no entanto, a alteração é temporária e nada tem a ver com doenças cardíacas. Os Ataques de Pânico são um problema psicológico e não de saúde física. A Ansiedade é um fenómeno físico de reação à emoção Medo, provocado pela libertação de várias hormonas na corrente sanguínea. A palavra Pânico define um estado de Ansiedade máxima que provoca terríveis sensações físicas. Quem experiencia este evento traumático associa inconscientemente os sintomas às circunstâncias, começando a fugir dessas mesmas circunstâncias para evitar sentir esses sintomas.

A forma mais eficaz de tratar Ataques de Pânico é através de Psicoterapia, particularmente a HBM. Utilizam-se técnicas que permitam encontrar o que está na origem dos ataques de pânico e que ajudam o paciente a bloquear esses medos. As pessoas aprendem a usar as suas próprias ferramentas, de modo a gerir as suas emoções e a controlarem os ataques de pânico.

No entanto, é normal que procure estratégias para conseguir superar o ataque de pânico no momento em que o sente. Deixo-lhe pequenas dicas que pode seguir:

  1. Não Lute contra o que está a sentir

É importante saber que durante o ataque de pânico se sente uma ansiedade extrema e desproporcional a qualquer perigo real. Muitas vezes, lutar contra os seus sentimentos pode aumentar o medo do pânico, dando-lhe ainda mais poder. Lembre-se que o pânico nunca é permanente e que a maioria dos ataques de pânico duram apenas poucos minutos. Todos os sintomas que sente são apenas uma reação física aos seus pensamentos focados no medo. Observe o seu corpo, deixe fluir esta energia, vai passar brevemente!

  1. Relaxe

O relaxamento é a chave para superar os ataques de pânico. Técnicas de relaxamento, como a meditação e o controlo da respiração, podem ser praticadas para ajudá-lo a relaxar. Um bom exemplo de controle respiratório é a respiração lenta, que deve ser usada nos primeiros sinais de um ataque de pânico. Deve-se manter esta técnica durante pelo menos 4 minutos para permitir o reequilíbrio do oxigénio e do dióxido de carbono.

  • Inspire lentamente, contando silenciosamente até 5.
  • Sustente a respiração por um momento
  • Expire lentamente, contando silenciosamente até 5.
  1. Desafie o medo

Esteja ciente do que está a sentir e a pensar e tente desafiar esses medos. Seguem alguns exemplos de perguntas que pode fazer a si mesmo, durante um ataque de pânico:

  • Estarei eu a ter um ataque cardíaco ou um AVC? Ou estes sintomas são características de um Ataque de Pânico?
  • Estes sintomas que já senti, noutras ocasiões, mataram-me ou tornaram-se num grave problema físico?
  • Se alguém que eu conheço experienciasse esses sintomas, eu dir-lhe-ia para acalmar-se porque são apenas sintomas de ansiedade?
  1. Dê tempo a si mesmo

Não tente distrair-se ou fingir que não está a acontecer nada porque, muitas vezes, essa atitude piora os sintomas de ansiedade. Reconheça os sintomas do ataque de pânico como sendo apenas sintomas. Lembre-se de que pode separar o que sente do que pensa ou teme. Podemos dizer que um ataque de pânico é como surfar uma onda - a onda cresce, atinge o pico e depois desaparece na praia. Quando estiver pronto, simplesmente volte ao que estava a fazer.

Quem sofre deste distúrbio emocional tem na sua frente uma luta de gigantes, e lidar com esta gigantesca pressão física faz com que as pessoas se tenham de superar, procurando forças onde pensavam não existir. Não perca a esperança, não se isole e peça ajuda. Felizmente já existem tratamentos eficazes para os ataques de pânico.

Autor: 
Dr. Pedro Brás – Psicoterapeuta | Diretor da Clínica da Mente
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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