Causas e sinais de alerta

Ansiedade na infância e adolescência

Atualizado: 
06/11/2023 - 08:52
Quando falamos em ansiedade cumpre-nos dizer que é uma emoção normal, experienciada pelas pessoas no dia a dia, sendo que é uma reação a situações potencialmente perigosas, que envolve respostas a diferentes níveis: comportamental, cognitivo, somático e emocional.

A ansiedade está presente nas nossas vidas desde a infância, e é de suma importância pois alerta-nos para situações de perigo, proporcionando a capacidade de dar uma resposta protetora da ameaça, sendo que nestas situações o medo e a ansiedade são funcionais constituindo-se, assim, num elemento de defesa, gerando comportamentos adaptativos às situações.

Contudo, e apesar deste caráter normativo, quando a ansiedade transcende o nível de desenvolvimento normativo e se torna excessivo e interfere de forma negativa com a capacidade de desenvolver as atividades diárias e na escola/casa e causa sofrimento físico e/ou emocional significativo, estamos perante uma patologia ansiosa.

Na infância e na adolescência existem diversas situações que podem desencadear ansiedade. Algumas das possíveis causas são:

  • mudanças importantes na vida da criança/jovem (ex: mudança de escola, mudança corporal),
  • perdas significativas (ex: morte familiar próximo),
  • experiências traumáticas (ex: acidente, problemas de saúde),
  • exposição contínua a stress (ex: sofrer bullying, possível rejeição pelos pares),
  • assistir a filmes ou imagens assustadoras (ex: imagens de jogos),
  • stress ambiental (ex: pouca atenção por parte dos adultos nomeadamente dos pais, embaraço social, sexualidade).

Nestas fases de desenvolvimento a demonstração da ansiedade tende a ser diferente da dos adultos. Alguns sinais de alerta a que devemos estar atentos são:

  • comportamentos regressivos (ex: enurese noturna, um jovem ter medo irracional do escuro),
  • constantes queixas (ex: dores frequentes de barriga e ou cabeça),
  • preocupações excessivas (ex: família, amigos, escola ou vida diária),
  • pensamentos intrusivos e indesejados (ex: morte, compulsão),
  • medo de cometer erros (ex: falhar na escola e com os amigos),
  • perturbação do sono (ex: insónias, pesadelos),
  • baixa autoestima e falta de confiança,
  • comportamentos auto-lesivos (ex: cortes),
  • recusa social (ex: não brincar ou não conviver com o grupo de pares).

Nenhuma destas causas ou sinais devem ser negligenciados por parte dos adultos que convivem diária e diretamente com a criança/ adolescente, sobe pena de estas se agravarem. Os pais devem procurar ajuda profissional com um psicólogo para que a ansiedade patológica seja tratada de forma atempada.

 

Autor: 
Rute Pedrosa – Psicóloga
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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