A Acessibilidade e as Tecnologias Assistivas no auxílio às Pessoas com Deficiência Auditiva
A ideia é colocar cada pessoa com deficiência auditiva como o recetor-alvo da comunicação oral, partida de cada um dos diferentes interlocutores, nas diferentes ações em que se pretenda a inclusão. Muitas vezes, nem sempre é estabelecida a melhor acuidade auditiva, quer pelas condições envolventes (que pode ser devido ao ruído ambiente), quer pela qualidade da expressão verbal (de dicção, tom e tipo de voz). Na verdade, esta exposição oral pode ser feita em diferentes ritmos e velocidades, também meios (porque pode ser feita de forma indireta, por transmissão televisiva, rádio, ou internet, em que dependem outros fatores). Assim, devido à deficiência auditiva, nem sempre é possível que a transmissão desta informação seja feita de forma clara, sendo que isto também acontece em determinadas condições com as pessoas ouvintes (com audição normal, mas estas têm outros meios, que são menos específicos).
As pessoas com deficiência auditiva necessitam e ouvem através de tecnologias de reabilitação auditiva, tais como próteses e implantes auditivos, consoante os diferentes graus e tipos de surdez. E estas deverão ser auxiliadas por tecnologias assistivas, para permitir que a captação sonora seja realizada de forma tão direta quanto possível. Aqui deverão considerar-se diversos locais quando de modo presencial, pois cada local tem uma diferente adaptabilidade e conceito, o que pode exigir um estudo prévio, inclusivamente da acústica, mas também da tecnologia a ser empregue aplicada a cada circunstância. Também o recurso à inteligibilidade pode ser de modo diferente, quando se recorre não apenas ao som, bem como às legendas. E este recurso é muitas vezes utilizado quando se faz de forma indireta, ou seja, quando não há o contacto presencial ou visual entre os interlocutores e os recetores-alvo (que são as pessoas com deficiência auditiva).
As tecnologias assistivas e de acessibilidade às pessoas com deficiência auditiva dividem-se, atualmente, em quatro diferentes tipos, sem haver uma relação direta com prioridades (apesar de se privilegiar o recurso simultâneo entre som e escrita, que também poderá incluir outra informação visual), mas dependente de cada situação, são:
- Legendagem por transcrição direta ou automática (por sistema informático de reconhecimento de voz, ou por operador com treino em digitação de velocidade rápida), e pós-produzida (como acontece nos filmes, ou emissões indeferidas, ou vídeos preadaptados, em que exige uma montagem);
- Instalação de aro de indução magnético, em que exige uma preconceção de adaptabilidade, e ao contrário do que se julga, até nem é uma solução muito cara;
- Recurso ao sistema FM, em que consiste numa fonte emissora, e num único ou vários recetores. Exige uma montagem e pode estar limitado ao número de recetores;
- Tecnologia Bluetooth, atualmente, está a generalizar-se o uso desta tecnologia por "Auracast" (recente), já utilizado, por exemplo, em comunicação direta com dispositivos eletrónicos, tais como telemóveis e computadores. Nem todas as próteses ou processadores de implantes auditivos contemplam este recurso;
- Existem outros acessórios dedicados a cada marca e modelo de prótese ou processador de implante auditivos que podem ser adquiridos para ajudar na comunicação.
Muitos destes sistemas de apoio à escuta, já são comparticipados pelo Estado por SAPA (Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio), e em alguns casos, os equipamentos recetores (próteses e processadores de implantes auditivos) já veem equipados. No caso da legendagem, já começam a existir softwares cada vez mais eficientes e simples de usar, e em muitos casos, gratuitos.
Estas tecnologias podem mudar para melhorar a qualidade de vida e permitir o maior envolvimento das pessoas com deficiência auditiva na vida ativa e na sua prosperidade, permitindo igualmente um maior retorno de investimento.