Abusos sexuais: crianças em risco
As crianças com défices são mais suscetíveis de serem abusadas, especialmente aquelas que são incapazes de denunciar o que está a acontecer ou que não compreendem que se trata de abuso o que estão a vivenciar.
Alguns abusadores aproveitam-se das crianças que estão isoladas ou que são negligenciadas pelos pais ou pelos cuidadores, este tipo de abuso requer proximidade entre agressor e vítima.
A estrutura familiar é o fator de risco mais importante no abuso sexual de crianças. As crianças que vivem com dois pais biológicos casados correm baixo risco de abuso. O risco aumenta quando as crianças vivem com padrastos ou com um progenitor solteiro. As crianças que vivem sem nenhum dos pais (filhos adotivos) têm 10 vezes mais probabilidade de serem abusadas sexualmente do que as crianças que vivem com ambos os pais biológicos. As crianças em agregados familiares de baixo estatuto socioeconómico são 3 vezes mais suscetíveis de serem identificadas como vítimas de abuso.
Existem certos fatores que tornam uma criança mais vulnerável ao abuso sexual?
FACTO: As crianças de todos os sexos, idades, afinidades populacionais, etnias, estatuto sócio económico e estrutura familiar estão em risco, nenhuma criança está imune.
FACTO: Os agressores, ao serem interrogados, afirmaram que procuravam características específicas nas crianças que escolherem para abusar. Relataram que procuravam crianças passivas, silenciosas, perturbadas e solitárias, com famílias monoparentais ou pertencentes a lares desfeitos. Os agressores trabalhavam proactivamente para estabelecer uma relação de confiança antes de abusarem delas.
FACTO: O género é também um fator importante no abuso sexual. As meninas têm 5 vezes mais probabilidades de serem abusadas do que os meninos. A idade média para os abusos é de 9 anos.
Quem são os agressores?
A maioria dos agressores sexuais de crianças são homens e podem ser membros respeitados da comunidade atraídos para locais onde possam ter fácil acesso a crianças como escolas, clubes e igrejas. A maioria dos agressores pertencem ao núcleo familiar, pai, mãe, padrasto e madrasta. Pertencem a todas as faixas etárias, religiões e classes socioeconómicas. A maioria das vítimas conhece e confia nos seus agressores. Não são os estranhos que as crianças mais têm de temer.
Muitos agressores estabelecem uma relação de confiança com a família da vítima a fim de terem acesso à criança. Frequentemente fazem comentários inapropriados assim como apresentam comportamentos cada vez mais insidiosos. Cerca de 35% dos agressores condenados usaram ameaças de violência para impedir que as crianças revelassem o abuso. A maioria dos abusos sexuais de crianças ocorre numa residência, tipicamente a da vítima ou do agressor.