Cirurgia Estética

Abdominoplastia: o que há de novo

Atualizado: 
23/02/2021 - 16:12
Durante muitos anos a abdominoplastia foi considerada uma cirurgia de risco elevado. Este conceito está totalmente ultrapassado pelo que neste momento é um dos procedimentos cirúrgicos mais frequentes da cirurgia plástica. A associação da lipoaspiração, em simultâneo, com o procedimento cirúrgico da abdominoplastia permitiu uma definição 3D do abdómen que outrora seria impossível de alcançar.

O objetivo da abdominoplastia para além do seu caracter estético ao reduzir o perímetro e o volume abdominal, é funcional ao permitir a reparação da parede abdominal.

São inúmeras as indicações para a realização de uma abdominoplastia sendo a deformação da parede abdominal resultante da separação muscular e o excesso de pele pós-parto a mais frequente. No entanto, a perda massiva de peso pós cirurgia bariátrica, que nos últimos anos se tem popularizado para o tratamento da obesidade, tem registado uma procura crescente da abdominoplastia para remoção da flacidez, estrias e excesso de pele resultantes.

A abdominoplastia como outros procedimentos cirúrgicos exige um planeamento exigente com discussão e informação consciente de toda a técnica, resultados e eventuais complicações com os pacientes.

Na primeira consulta é efetuada uma história clínica cuidadosa que deve incluir o registo da medicação, patologistas existentes, cirurgias efetuadas, número de gravidezes e cesarianas, índice de massa corporal e feito um exame objetivo em que é avaliada a qualidade da pele, a existência de cicatrizes e estrias, a quantidade de gordura. O tabagismo é desaconselhado de modo a evitar complicações trombo embólicas futuras. São assim pedidos exames complementares de diagnóstico tais como análises, eletrocardiograma e ecografia da parede abdominal o que permite informar o especialista sobre a diástase, separação muscular e a eventual existência de hérnias.

Em consultas posteriores é feita a documentação fotográfica pré e pós-operatória; tal como outros procedimentos cirúrgicos são explicadas as incisões a realizar, o tipo de anestesia sendo que preferimos a sedação com local para maior conforto pós-operatório do paciente, quais os riscos e complicações desta cirurgia.

A cirurgia demora entre 2 a 3 horas. A lipoaspiração, quando indicada por excesso de gordura na parede abdominal, é realizada de imediato sendo, posteriormente, efetuada uma incisão na zona do púbis ou na cicatriz de cesariana previa, quando existente, e cuja direção depende do bikini ou calção de banho usado sendo mais baixa no homem que na mulher. A reparação da parede abdominal é efetuada com encerramento da diástase dos músculos retos e dos oblíquos de modo a permitir uma definição anatómica correta da parede abdominal. O Umbigo é transposto e o encerramento cutâneo é efetuado com pontos absorvíveis pelo que não é preciso retirar pontos. Drenos são deixados por 24 a 48h.

É efetuada terapia anti trombótica, antibioterapia e analgesia bem como são utilizadas meias de compressão elástica.

Os recentes avanços das técnicas cirúrgicas permitem que a maioria dos pacientes faça esta cirurgia com internamento inferior a 24h, conduzam ao fim de uma semana e retomem a sua

atividade profissional ao fim de 2 semanas sendo desaconselhados esforços físicos durante 2 meses.

Como qualquer procedimento cirúrgico os resultados estão assentes nas corretas expectativas dos pacientes, na escolha do cirurgião, no tipo morfológico do paciente, nas patologias que tem associadas bem como num pós-operatório tranquilo e consciente.

Autor: 
Dra. Margarida Henriques – Cirurgiã Plástica
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay