5 factos sobre a Esquizofrenia
A esquizofrenia tem uma etiologia multifactorial: genética, psicológica e social.
80% do risco de desenvolver esquizofrenia é genético, a forma de transmissão é complexa e os genes funcionam como factores de risco e não determinantes da doença. Os factores ambientais pré-natais (complicações obstetrícas, infeções maternas, nascimento no Inverno e idade paterna avançada) contribuem para o seu aparecimento e interagem com a predisposição genética.
Estes fatores juntamente com outros fatores de risco subsequentes, como o atraso nas etapas de desenvolvimento da criança, os problemas de linguaguem, as dificuldades cognitivas, o isolamento social e o consumo de cannabis - que aumenta até seis vezes o risco de desenvolver esquizofrenia nos consumidores habituais - conduzem a alterações do neurodesenvolvimento, que causam ou aumentam a vulnerabilidade individual para o aparecimento de sintomas mais tarde.
Por outro lado, os fatores sociais e psicosociais como o baixo estrato sócio-económico, o facto de viver em zonas suburbanas e de pertencer a populações migrantes de segunda geração, a existência de eventos de vida stressantes e a própria personalidade do doente (com características particulares de isolamento, instrospeção e frieza afetiva) contribuem também para o aparecimento da doença.
Afeta sobretudo o sexo masculino, com os primeiros sintomas a surgir no início da idade adulta.
A Esquizofrenia pode aparecer em qualquer idade. Contudo, na maioria dos casos, o início ocorre no final da adolescência, entre os 18 e os 25 anos nos homens e no fim da segunda década nas mulheres. Estima-se que até 10% das mulheres pode haver um início mais tardio, após 40 anos de idade, com sintomas mais negativos e menor hipótese de recuperação completa.
A esquizofrenia não tem cura.
A esquizofrenia não tem cura, é uma doença crónica com remissões e recaídas.
A melhor forma de prevenir a recaída é cumprir a terapêutica prescrita, manter o acompanhamento psiquiátrico e evitar factores de risco possíveis, nomeadamente o consumo de cannabis.
Sucesso do tratamento depende da manutenção da terapêutica indicada
A esquizofrenia trata-se com fármacos antipsicóticos. Actualmente existem fármacos eficazes e com menos efeitos adversos que os anteriores, os chamados antipsicóticos atípicos que controlam os sintomas da doença.
Como qualquer doença crónica o doente deverá manter o acompanhamento médico, bem como a medicação prescrita.
Um dos principais problemas no tratamento da esquizofrenia é a fraca adesão terapêutica por parte dos doentes que frequentemente não cumprem devidamente ou interrompem a medicação prescrita. Esta situação deve-se não só ao aparecimento de efeitos secundários indesejáveis (que devem sempre ser discutidos com o médico com o objectivo de escolher a melhor opção terapêutica- eficaz e com poucos efeitos adversos) bem como à falta de crítica para a situação patológica, ou seja o doente acha que não está doente e por isso não há necessidade de tomar medicamentos.
Apesar de incapacitante, doentes podem trabalhar.
Embora possam existir limitações nas capacidades sociais e cognitivas ou dificuldades em manutenção do emprego, a interação social positiva aumenta a capacidade dos indivíduos para se adaptarem e enfrentarem os desafios do quotidiano.
Existem associações e diversas estruturas sociais para apoiar estas pessoas.