21 anos de Criopreservação de Células estaminais do Cordão umbilical em Portugal e no mundo
Ao longo destes 21 anos tem-se assistido à evolução quer no conhecimento acerca das potencialidades das células estaminais do cordão umbilical quer na sua aplicação terapêutica. Neste período, também a Crioestaminal tem contribuído quer para o avanço do conhecimento acerca das potencialidades das células estaminais, quer para a realização de tratamentos com células estaminais, que se não tivessem sido guardadas não poderiam ser usadas. Ao longo destes anos de atividade, a Crioestaminal libertou amostras de sangue do cordão umbilical que foram usadas para tratar doenças do sangue e do sistema imunitário e doenças neurológicas, no âmbito de utilizações standard e de terapias experimentais, tendo os tratamentos sido realizados quer em instituições portuguesas (IPO do Porto e de Lisboa) quer estrangeiras (Espanha, Roménia e EUA). As amostras até agora libertadas foram usadas no próprio (tratamentos autólogos) e entre irmãos compatíveis (transplantes alogénicos relacionados).
No que diz respeito ao avanço no conhecimento sobre as potencialidades das células estaminais, a Crioestaminal tem desenvolvido vários projetos de investigação que originaram diversos artigos científicos e comunicações em congressos, contribuíram para a elaboração de teses de mestrado e doutoramento e deram origem a patentes internacionais. A nível laboratorial, a investigação permitiu ainda disponibilizar o serviço de criopreservação das células estaminais do tecido do cordão umbilical. Mais recentemente, a investigação em que a Crioestaminal tem estado envolvida tem visado o desenvolvimento de novas aplicações das células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical para o tratamento de doenças atualmente com poucas opções terapêuticas. Neste contexto e com o intuito de poder disponibilizar terapias celulares, a Crioestaminal, através do seu laboratório de terapias celulares, com autorização de fabrico (do Infarmed) de medicamentos à base de células estaminais, tem participado em isenções hospitalares e na preparação de ensaios clínicos.
A nível mundial, ao longo destes anos, aumentou consideravelmente o número de transplantes de sangue do cordão umbilical: em 2003, quando a Crioestaminal iniciou atividade, eram apenas 2.500, e atualmente contam-se mais de 60.000, em crianças e adultos. Também o número de doenças tratadas evoluiu: em 2003 eram 26 e na atualidade são mais de 90. Para além disso, a utilização das células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical na área da medicina regenerativa tem permitido o acesso a terapias experimentais com resultados promissores, em crianças com paralisia cerebral e autismo, entre outras patologias.
É, assim, evidente que, nestes 21 anos, têm sido vários os desenvolvimentos na área das células estaminais do cordão umbilical, reforçando o interesse em guardar estas células, com cada vez maiores perspetivas de utilização terapêutica.