Recentemente detectada no norte da Alemanha

Nova estirpe de gripe aviária ameaça rotas migratórias de aves selvagens

A nova estirpe de gripe aviária recentemente detectada no norte da Alemanha está a ameaçar as rotas migratórias de aves selvagens nos Países Baixos, disseram duas organizações internacionais.

Segundo a Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) e a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), além do caso da detecção do vírus numa quinta de criação de perus na Alemanha, também a Holanda e o Reino Unido confirmaram a nova estirpe do vírus H5N8 da gripe aviária em quintas avícolas.

“A nova estirpe de gripe aviária detectada na Europa é semelhante às estirpes que circularam este ano, representando uma ameaça significativa para o sector avícola, especialmente nas rotas migratórias de aves selvagens nos países de baixos recursos situados ao longo do Mar Negro e do Atlântico”, afirmam as duas organizações, segundo um comunicado conjunto divulgado em Roma.

No entanto, “não foram detectados casos de infecção do vírus H5N8 em humanos”, embora seja “altamente patogénico para as aves domésticas, causando mortalidade em galinhas e perus”.

De acordo com as duas organizações, “o vírus pode infectar aves selvagens, que demonstram pequenos sinais de doença. Sabe-se que outros vírus da gripe são capazes de transmitir o vírus por longas distâncias”.

A nova estirpe da gripe aviária, baptizada H5N8, foi detectada pela primeira vez na Europa numa quinta de criação de perus no norte da Alemanha.

No início do mês, o ministério regional da Agricultura disse o vírus havia sido detectado numa quinta do Estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, atingida por uma vaga de mortes inexplicáveis de aves, mas os casos estavam confinados na Ásia, em particular na Coreia do Sul e que ainda não tinha sido detectada “entre a população de aves selvagens”.

No início do ano, a China, Japão e a Coreia assinalaram a ocorrência de surtos de H5N8 em aves de capoeira, bem como em aves migratórias e aquáticas.

“O fato de o vírus ter sido agora encontrados num intervalo de tempo muito curto em três países europeus, tanto em um pássaros selvagens e aves em três sistemas muito diferentes de geração, sugere que as aves selvagens desempenham um papel na propagação do vírus”, consideram especialistas da FAO e da OIE.

Para as duas instituições, o aparecimento e a propagação H5N8 demonstram a capacidade de evolução do vírus, com grande impacto na saúde e alimentação e alertam para a necessidade de se implementar mecanismos de controlo e vigilância.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock