Mundo está a perder corrida de resposta ao Ébola
“O Ébola está em vantagem em relação a nós”, afirmou o chefe da missão da ONU para a resposta de emergência ao vírus Ébola. “Está bem longe de nós e a correr mais rápido do que nós e a ganhar a corrida”, advertiu Anthony Banbury, dirigindo-se ao Conselho de Segurança da ONU, em videoconferência a partir da sede da missão (UNMEER, em inglês), em Acra, no Gana.
“Se o Ébola vencer, nós, os povos das Nações Unidas vamos perder muito”, afirmou.
As declarações do chefe da missão da ONU para a resposta de emergência ao vírus Ébola chegam numa altura em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu para a possibilidade de o surto do vírus atingir um ‘pico’ de 10 mil infecções por semana e em que os líderes mundiais se preparam para abordar a crise na ONU.
“Ou travamos agora o Ébola ou enfrentamos toda uma situação sem precedentes para a qual não dispomos de um plano”, alertou.
Banbury sublinhou ainda que com as taxas de infecção a crescerem exponencialmente todos os dias, a UNMEER vai precisar de 7 mil camas para tratamento.
“Há muitas más notícias sobre o Ébola mas a boa notícia é que nós sabemos como pará-lo”, sublinhou o chefe da missão da ONU.
Contudo, para travar a propagação “temos de derrotar o Ébola e devemos fazê-lo rapidamente”.
O director-geral adjunto da OMS, Bruce Aylward, disse que o vírus poderá atingir um pico de entre 5 mil e 10 mil casos por semana no início de Dezembro, embora ressalvando que se trata apenas de uma previsão para orientar os trabalhos no quadro da luta contra o Ébola.
Os mais recentes dados apontam para o registo de 8.917 casos, dos quais 4.447 se revelaram mortais, sendo a Libéria, Serra Leoa e a Guiné-Conacri os países mais afectados pelo pior surto de Ébola.