Serviço Nacional de Saúde

Há hospitais com mais de 1000 dias de espera para consulta

As Unidades de Saúde estão obrigadas a divulgar na internet os tempos de espera de consultas e exames. No entanto, ainda são menos de metade as que dão esta informação.

Uma análise do jornal i aos sites dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que estão a cumprir a obrigação de divulgar estes indicadores revela que em algumas especialidades as unidades estão longe de garantir os tempos de resposta previstos na lei, que no máximo deveriam ser 150 dias. Dados divulgados recentemente pela Administração Central do Sistema de Saúde mostram que até Julho duas em cada 10 consultas externas realizadas (23%) ocorreram fora do tempo, mas os dados publicados por alguns hospitais permitem perceber o que isto significa, já que este indicador não reflecte a espera de quem está a aguardar.

Se as esperas médias superiores a mil dias são ainda assim uma excepção, é mais comum encontrar tempos médios de resposta de um ano e quase dois. No Centro Hospitalar de Setúbal são apontados 513 dias de espera média para uma consulta de ortopedia e 606 dias para otorrinolaringologia. No Amadora-Sintra, o tempo médio de resposta para uma consulta de ortopedia de prioridade normal são 348 dias e para gastrenterologia são 369 dias. Além destas especialistas, oftalmologia é outra área em que os tempos elevados são comuns.

Uma das conclusões do jornal ao pesquisar nos sites dos hospitais é que ainda há muito a fazer em matéria de informação ao público. Além dos tempos de espera para consultas, as unidades devem divulgar esperas para cirurgias, exames e análises. Apesar de nos últimos meses ter havido melhorias, ainda são menos de metade as unidades do SNS com dados actualizados nos sites. Só 17 unidades num total de 45 fornecem tempos de espera para consulta e 19 apresentam os prazos relativamente a exames e análises. Falham grandes centros hospitalares como Lisboa Norte, Central ou Algarve. Também são pouco mais de uma dezena as que publicitam tempos para cirurgia, mas esses dados são objecto de relatórios da ACSS que permitem uma ideia da dimensão das esperas, o que não ocorre com consultas e exames.

Mas além de serem ainda poucos os hospitais com dados, o acesso à informação nos que já o fazem não é fácil. É raro haver uma ligação para os dados na página principal e surgem em secções como estatísticas, documentos ou informação de gestão. A maior parte dos sites tem um separador de “informação aos utentes”, mas quase nunca é lá que surgem as fichas. Depois os próprios critérios são díspares. Algumas unidades apresentam tempos médios, outras medianos e máximos.

 

Fonte: 
iOnline
Nota: 
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