Em causa aumento dos salários

Funcionários do serviço de saúde britânico em greve pela primeira vez em 32 anos

Centenas de milhares de funcionários do serviço de saúde nacional britânico foram convocados para aderir a uma greve parcial, a primeira desde 1982, depois de o Governo ter recusado aumentar salários.

Os funcionários, incluindo enfermeiros, planeiam levar a cabo uma paralisação de quatro horas, entre as 07:00 e as 11:00 (mesma hora em Lisboa).

A iniciativa tem como objectivo elevar a pressão sobre o ministro da tutela, Jeremy Hunt, que rejeitou recomendações apresentadas por uma entidade independente para um aumento salarial na ordem de 1% para todo o pessoal do serviço de saúde.

Em Março, o ministro da Saúde afirmou que as recomendações “eram incomportáveis e representavam um risco para a qualidade da assistência prestada aos doentes”.

Para os sindicatos do sector, os argumentos utilizados pela tutela são inadmissíveis, atendendo designadamente ao desempenho da economia britânica – que deverá crescer mais de 3% em 2014 – e aos sacrifícios consentidos em anos anteriores.

“A inflação continua a aumentar desde 2011 e, ao mesmo tempo, o nível das remunerações dos funcionários do serviço de saúde nacional britânico (NHS) baixou cerca de 12%”, afirmou Dave Prentis, secretário-geral do sindicato UNISON, o maior sindicato do sector público da Grã-Bretanha.

Rejeitar aumentar os salários “nuns meros 1% mostra o que o governo realmente pensa sobre os seus funcionários da saúde”, realçou o dirigente sindical.

Entre os sindicatos que vão tomar uma acção industrial figura o Royal College of Midwives, um sindicato de parteiras, que entra greve pela primeira vez em 133 anos de existência.

Uma sondagem revelada pelo jornal The Guardian estima que a greve de hoje poderá ser capaz de mobilizar 500 mil pessoas. No total, foram nove os sindicatos britânicos que apelaram à paralisação de quatro horas.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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