Funcionários do serviço de saúde britânico em greve pela primeira vez em 32 anos
Os funcionários, incluindo enfermeiros, planeiam levar a cabo uma paralisação de quatro horas, entre as 07:00 e as 11:00 (mesma hora em Lisboa).
A iniciativa tem como objectivo elevar a pressão sobre o ministro da tutela, Jeremy Hunt, que rejeitou recomendações apresentadas por uma entidade independente para um aumento salarial na ordem de 1% para todo o pessoal do serviço de saúde.
Em Março, o ministro da Saúde afirmou que as recomendações “eram incomportáveis e representavam um risco para a qualidade da assistência prestada aos doentes”.
Para os sindicatos do sector, os argumentos utilizados pela tutela são inadmissíveis, atendendo designadamente ao desempenho da economia britânica – que deverá crescer mais de 3% em 2014 – e aos sacrifícios consentidos em anos anteriores.
“A inflação continua a aumentar desde 2011 e, ao mesmo tempo, o nível das remunerações dos funcionários do serviço de saúde nacional britânico (NHS) baixou cerca de 12%”, afirmou Dave Prentis, secretário-geral do sindicato UNISON, o maior sindicato do sector público da Grã-Bretanha.
Rejeitar aumentar os salários “nuns meros 1% mostra o que o governo realmente pensa sobre os seus funcionários da saúde”, realçou o dirigente sindical.
Entre os sindicatos que vão tomar uma acção industrial figura o Royal College of Midwives, um sindicato de parteiras, que entra greve pela primeira vez em 133 anos de existência.
Uma sondagem revelada pelo jornal The Guardian estima que a greve de hoje poderá ser capaz de mobilizar 500 mil pessoas. No total, foram nove os sindicatos britânicos que apelaram à paralisação de quatro horas.