Dados do ‘Inquérito à Atividade’ da ANL

Preço dos atos convencionados é o maior obstáculo à atividade de laboratórios de análise clínicas

O preço dos atos convencionados é considerado o maior obstáculo à atividade, segundo 90% dos laboratórios de análises clínicas. Este é um dos principais dados do mais recente ‘Inquérito à Atividade’, que a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) acaba de divulgar. Este relatório oferece uma visão detalhada sobre a caracterização, o desempenho, os desafios e as tendências observadas pelos seus laboratórios associados em todo o país, entre abril e junho de 2024.

Além dos preços praticados, outro constrangimento operacional apontado é o entrave na gestão das convenções, considerados de impacto muito elevado por 88% das empresas e significativo por 13%. E também a falta de previsibilidade nas políticas públicas é vista como um constrangimento muito elevado por 70% das empresas e significativo por 30%, demonstrando a necessidade de maior estabilidade e previsibilidade nas políticas que afetam o setor.

O setor convencionado tem vindo a enfrentar desafios graves decorrentes dos processos de internalização dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MDCT) nas Unidades Locais de Saúde (ULS), dos baixos preços praticados pelos serviços contratualizados com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos atrasos nos pagamentos por parte do mesmo e de outras entidades pagadoras, e os dados recolhidos demonstram ser essencial garantir a resiliência e continuidade dos Laboratórios de Análises Clínicas convencionados, em benefício dos Cidadãos.

Em 2023, os laboratórios convencionados atenderam cerca de 10 milhões de utentes e realizaram mais de 90 milhões de atos (correspondentes em média a 9,1 atos por pessoa), dos quais mais de 58% foram para beneficiários do SNS. Além de ter um papel crucial na saúde pública por contribuir para o diagnóstico e análises críticas para o tratamento eficaz dos cidadãos, a atividade dos associados da ANL tem igualmente um impacto significativo na economia nacional, uma vez que emprega diretamente mais de 5700 colaboradores e é responsável pelo seu sustento e das suas respetivas famílias.

Questionados sobre a evolução esperada da atividade para este ano, apenas 20% dos laboratórios esperam uma evolução positiva, enquanto a expectativa de evolução negativa é significativamente superior, com 40% dos laboratórios a considerarem que o corrente ano será pior do que 2023.

No geral, as principais conclusões foram obtidas a partir dos inquéritos recebidos até ao dia 14 de julho, que representam uma parte substancial do setor convencionado, abrangendo 57% dos laboratórios associados e 85% do volume total de negócios. Esta representatividade sublinha a relevância e a influência dos Laboratórios Associados à ANL na prestação de cuidados de saúde.

Nuno Marques, diretor-geral da ANL, sublinha: “Os resultados deste inquérito comprovam a importância dos laboratórios clínicos e o seu contributo para o sistema de saúde português. Apesar de se viverem tempos instáveis e preocupantes no setor convencionado, principalmente devido à internalização dos MDCT nas ULS, os laboratórios associados da ANL continuam a sua missão de prestar os seus serviços com proximidade, excelência e humanidade. É encorajador ver em números o impacto positivo que temos na saúde pública, nos Cidadãos e na economia nacional.”

Há mais de 40 anos que os Laboratórios de Análises Clínicas convencionados estão ao lado do SNS para garantir o acesso a cuidados de saúde de qualidade nosso País e assim pretendem continuar a fazê-lo.

A ANL mantém-se comprometida em promover a excelência nos serviços laboratoriais prestados e continuará a defender os direitos dos utentes ao acesso, liberdade de escolha e qualidade, bem como os interesses dos seus associados, contribuindo para um sistema de saúde mais justo, eficiente e centrado no doente.

Fonte: 
Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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