Bruce Willis: Demência do ator não tem cura, mas já dava sinais, aponta neurocientista
Em 2020, o ator já havia sido afastado, até então temporariamente, da sua carreira para tratar a afasia, doença que afeta a compreensão de sons e imagens, comunicação e verbalização, com a qual havia sido diagnosticado.
De acordo com o neurocientista, Fabiano de Abreu, a afasia já era um sinal de que o ator poderia estar a sofrer de algo mais grave.
“A afasia progressiva primária é, na verdade, um tipo de demência frontotemporal, formada por alguns distúrbios que afetam os lobos frontais ou temporais do cérebro, o que faz com que o seu diagnóstico inicial fosse um sinal de alerta para a presença de condições mais graves, visto que a afasia pode ter uma melhora significativa com o tratamento, já a demência frontotemporal é progressiva e não tem cura nem tratamentos que a retardem”.
“A demência frontotemporal afeta normalmente indivíduos com mais de 65 anos e apresenta alguns sintomas como alterações de personalidade, dificuldades em comunicar, torna a pessoa mais distraída e com menor capacidade de reter informações, em alguns casos também pode causar rigidez nos movimentos ou perda no controlo da bexiga”, explica.
“É interessante observar que mesmo o Bruce Willis sendo uma pessoa que passou grande parte da vida exercitando a neuroplasticidade cerebral através da leitura e memorização de guiões passe por isto, mas existem outros fatores que podem desencadear essa situação, como o alcoolismo, com o qual o ator lutou, ou até mesmo fatores genéticos”.