Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus

Internistas debatem impacto da variabilidade glicémica no controlo da diabetes

Analisar a importância da “variabilidade glicémica” no controlo da diabetes mellitus,é um dos principais objectivos da reunião que o Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus promove no próximo dia 25 de Outubro.

O Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) promove, no dia 25 de Outubro, no Hotel dos Templários, em Tomar, uma Reunião Extraordinária com o objectivo de analisar a importância da “variabilidade glicémica” no controlo da diabetes mellitus, uma doença que atinge mais de um milhão de portugueses e levou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a um gasto de muitos milhões de euros.

A variabilidade glicémica, tema escolhido para esta reunião, é importante marcador de risco vital. Os especialistas defendem que picos e quedas da glicemia somam mais um factor de risco aos portadores de diabetes e obrigam a reflectir na abordagem no tratamento desta população.

Álvaro Coelho, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus, explica que “o controlo da variabilidade glicémica é fundamental para prevenir o risco cardiovascular, em particular no doente idoso e com co-morbilidades, daí considerar fundamental a troca de experiência e pareceres entre Internistas com diferentes áreas de especialização, como é o caso do AVC ou da geriatria. Além disso, a Medicina Interna assume um papel cada vez mais preponderante no acompanhamento e gestão dos doentes que juntam à diabetes outras doenças, como a hipertensão, a dislipidemia e outras doenças crónicas. A gestão eficaz destes doentes assume uma importância maior numa altura em que a população está envelhecida e o impacto económico da diabetes no SNS não pára de aumentar”.

Esta reunião será presidida por Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da SPMI, será Moderada por Abílio Vilas-Boas e contará com um painel especializado de excelência composto por João Gorjão Clara, coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria, Maria Teresa Cardoso, coordenadora do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral, António Martins Baptista, coordenador do Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna, Andreia Vilas Boas, coordenadora do Núcleo de Internos de Medicina Interna e Margarida Bigotte, em representação Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus.

Estima-se que a diabetes mellitus afecte mais de um milhão de portugueses, sendo que 5,6% dos casos não são diagnosticados. Na última década, verificou-se um crescimento do número casos diagnosticados anualmente em Portugal, e também do número de óbitos (41%), nos internamentos com registo de diabetes mellitus neste mesmo período de tempo.

O consumo de medicamentos para controlar a diabetes duplicou desde 2000, mas o crescimento da despesa foi bastante superior, o que significa que começaram a ser utilizadas alternativas de tratamento mais dispendiosas. O SNS gastou no ano passado 210 milhões de euros em medicamentos para a diabetes, um valor recorde que equivale a quase um quinto da despesa total do Estado com a comparticipação de fármacos em ambulatório.

Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), os encargos com a diabetes, que atinge mais de um milhão de portugueses, dispararam 400% só nos últimos seis anos, atingindo o valor mais alto em 2013: em média, a despesa atingiu 575 mil euros por dia.

 

Fonte: 
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Nota: 
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