Em Lisboa

Equipa de rua inicia hoje contactos com sem-abrigo em Arroios

Uma equipa de rua inicia hoje, no âmbito do projecto “Nova Vida”, um percurso nocturno para conhecer os sem-abrigo que vivem na freguesia de Arroios, em Lisboa, tendo como objectivo a sua reinserção social.

A iniciativa, promovida pela Junta de Freguesia de Arroios, visa “aprofundar o conhecimento do território”, de forma a saber “quem são as pessoas [que vivem na rua] e qual a sua história”, disse hoje à agência Lusa a presidente desta autarquia, Margarida Martins.

A autarca explicou que “as pessoas não se deslocam” ao Centro Social Paroquial de São Jorge de Arroios, criado pela Junta para apoiar esta população.

Margarida Martins, que foi também dirigente da associação Abraço, admitiu que algumas destas pessoas sofrem de patologias graves, como “dependências e doenças mentais que não estão a ser tratadas”.

A equipa de rua terá, também, a tarefa de encaminhar os sem-abrigo para centros onde podem receber tratamento aos problemas que apresentem, acrescentou.

Composta por seis pessoas, entre voluntários e técnicos da Junta, a equipa realiza a visita das 22:00 às 24:00, que será sempre semanal (à quinta-feira), afirmou Joana Clemente, da autarquia, referindo que o ponto de encontro é na Igreja dos Anjos.

Numa primeira fase do projecto “Nova Vida”, estes percursos vão alterando consoante a semana, disse.

O primeiro começa no Intendente, passando pela Avenida Almirante Reis, Banco de Portugal, Largo de Santa Bárbara, Rua de Santa Bárbara, Paço da Rainha, Campo Mártires da Pátria e Rua de São Lázaro.

O segundo caminho começa no Saldanha e passa pela rotunda da Estefânia, Rua Pascoal de Melo, Mercado de Arroios e Alameda.

Estas são as zonas da freguesia onde a Junta tem mais casos referenciados, às quais se juntam o Regueirão dos Anjos, o Jardim Constantino e a Praça José Fontana.

Na contagem da Santa Casa da Misericórdia, realizada a 12 de Dezembro de 2013, foram sinalizados 852 sem-abrigo em Lisboa, dos quais 509 dormiram na rua e 343 pernoitaram em Centros de Acolhimento nessa noite.

Segundo esse levantamento, os sem-abrigo eram na sua maioria homens, portugueses, solteiros e sem fontes de rendimento.

As freguesias de Santa Maria Maior e do Parque das Nações registaram a maior concentração, com 83 pessoas cada, seguidas de Santo António, com 64.

Quanto à freguesia de Arroios, foram contados 48 sem-abrigo, número inferior ao registado em 2000 (100) e em 1998 (120).

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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