Jornadas de Cardiologia juntam em Évora cerca de 300 profissionais
“Há estudos que indicam que um em cada quatro portugueses tem uma elevada probabilidade de morrer de doença cardiovascular, nos próximos 10 anos. No Alentejo, a proporção é de um para três”, destacou José Aguiar, director do Serviço de Cardiologia do Hospital de Évora.
O médico cardiologista, director do serviço que organiza as jornadas, explicou hoje que a população alentejana “acumula mais factores de risco para as doenças cardiovasculares do que as populações de outras regiões” do país. “Sabendo que este acumular de factores de risco vai levar, depois, a um risco cardiovascular exponencial, sem dúvida que o Alentejo é uma região em que temos que ter uma estratégia bem alicerçada” de prevenção e de resposta a esses problemas clínicos, salientou.
Os avanços científicos na área da cardiologia, não só no que respeita às novas tecnologias, mas também em relação à “inovação de procedimentos”, que permitem obter “ganhos de eficiência e competitividade”, vão estar em ‘cima da mesa’ da discussão, ao longo de dois dias, em Évora.
A par das XXIX Jornadas de Cardiologia do Sul e Regiões Autónomas, o Serviço de Cardiologia do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) promove também as IX Jornadas de Cardiologia de Évora, evento que tem lugar de três em três anos.
“Já temos à volta de 300 inscrições e vão ser apresentados 51 trabalhos científicos”, disse José Aguiar, considerando que os dois eventos são já “um sucesso”, devido a esta adesão.
As jornadas, numa unidade hoteleira da cidade alentejana, vão reunir cardiologistas, médicos de família e outros especialistas, enfermeiros e técnicos de cardio-pneumologia provenientes do sul do país e regiões autónomas. O programa é composto por seis sessões clínicas, além de uma conferência de encerramento intitulada “Informação, Inovação e Sustentabilidade num contexto de crise”, que vai ser proferida por António Serrano, que já presidiu ao conselho de administração do HESE.
Hemodinâmica, cirurgia valvular, arritmologia, reabilitação cardíaca, consulta e imagem em cardiologia são outras das áreas em debate, decorrendo ainda, em simultâneo, um programa dedicado às áreas de enfermagem e de cardio-pneumologia.
“Vamos abordar a parte científica, mas também a parte estratégica, ou seja, como é que nos podemos coordenar melhor no sul e regiões autónomas para referenciar os nossos doentes, trocando experiências”, referiu.
As sessões vão envolver, na componente de discussão, os médicos de família, o que constitui “uma inovação” neste tipo de encontros, sublinhou o director de Cardiologia do HESE, realçando que vão participar igualmente, além de clínicos de serviços públicos de Saúde, profissionais de entidades privadas.