ONU pede 800 milhões de euros para travar epidemia
O coordenador das Nações Unidas para o combate ao Ébola, David Nabarro, justificou em Genebra a avaliação da quantia necessária com a gravidade crescente da epidemia: há apenas um mês, a ONU pedia uma verba dez vezes inferior.
Mais de 22 milhões de pessoas vivem nas zonas onde se regista transmissão activa do vírus, e desse número, 4,3 milhões estão em zonas onde se verificaram 20 ou mais mortes.
Segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 4.985 pessoas foram infectadas e 2.461 morreram desde que começou o último surto de Ébola, em Dezembro do ano passado.
“O grande número de casos em lugares de forte densidade populacional e, simultaneamente, em aldeias remotas e de difícil acesso fazem com que este surto seja particularmente difícil de conter”, indicou o director-geral adjunto da OMS, Bruce Aylward.
O responsável defendeu que é preciso lançar programas de prevenção em todas as comunidades potencialmente afectadas.
Por seu lado, Valerie Amos, responsável das Nações Unidas na área da assistência humanitária, apelou aos esforços da comunidade internacional para evitar o "colapso total dos sistemas de saúde" nos países afectados pela epidemia, onde mais pessoas estão a morrer devido a doenças como a tuberculose, malária porque não têm a assistência médica de que precisam.
Valerie Amos apontou ainda o aumento da mortalidade infantil devido à situação crítica dos hospitais, principalmente a Libéria e a Serra Leoa, que a par da Guiné-Conacri, Nigéria e Senegal, são os países onde o Ébola já matou pessoas.