Identificados anticorpos contra coronavírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente
Não existe, neste momento, qualquer vacina ou antivírus contra a síndrome, uma infecção aguda nas vias respiratórias com uma taxa de mortalidade superior a 40%.
A Síndrome Respiratória do Médio Oriente apareceu na Arábia Saudita em Setembro de 2012 e causou a morte de mais de cem pessoas, tendo-se estendido a outros países.
Os anticorpos isolados por investigadores do Instituto do Cancro Dana-Farber, em Boston, neutralizaram uma parte chave do vírus, impedindo que se ligasse a receptores que permitem a infecção de células humanas.
Os virologistas descobriram os anticorpos - sete num total - num “banco” contendo 27 mil milhões de anticorpos humanos conservados num congelador no instituto.
Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunitário capazes de reconhecer vírus e bactérias estranhos ao organismo. Algumas proteínas são capazes de neutralizar agentes patogénicos específicos e impedir que infectem as células humanas.
Dos sete anticorpos capazes de bloquear especificamente a Síndrome Respiratória do Médio Oriente, a equipa de cientistas seleccionou um, como sendo o mais promissor para investigações suplementares e que foi produzido em quantidade suficiente para começar a ser testado em macacos e ratos.
Segundo os autores do estudo, publicado na edição desta semana da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os anticorpos oferecem a possibilidade de proteger o pessoal hospitalar que cuida dos doentes mantidos em isolamento. A ser bem-sucedido, o tratamento será administrado por injecção e deverá permitir uma protecção contra a síndrome durante cerca de três semanas.
As origens do coronavírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente continuam por descobrir. Foi encontrado entre os dromedários e os morcegos, mas os virologistas desconhecem como se transmite nos humanos.
O coronavírus é semelhante ao vírus da Síndrome Respiratória Aguda Severa, que matou centenas de pessoas na China, em 2002 e 2003.