“Dedos Covid”: eritema pérnio pode resultar de um efeito de resposta do sistema imunitário ao coronavírus
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Os investigadores da Universidade de Paris, examinaram na primavera de 2020, 50 pessoas com os dedos inflamados e vermelhos após a contratação da SARS-CoV-2 e treze outras com eritema pérnio instalado antes da pandemia.
Os autores acreditam ter identificado, pela primeira vez, as partes do sistema imunitário que parecem estar envolvidas no aparecimento deste tipo de lesões, o que pode ajudar a desenvolver novos tratamentos.
De acordo com o estudo, com base em testes de sangue e pele, existem dois elementos que levam ao sintoma: uma proteína antiviral chamada interferão tipo 1 e um tipo de anticorpo que ataca erradamente as próprias células e tecidos, além de invadir o vírus.
As células presentes nos pequenos vasos sanguíneos que irrigam as áreas afetadas também desempenham um papel, notam os investigadores.
Um dos autores, Charles Cassius, observou que a sua pesquisa fornece novos dados para compreender o fenómeno, uma vez que, apesar de a sua epidemiologia e características clínicas terem sido extensivamente examinadas, faltavam detalhes sobre a "fisiologia".
Os "dedos covid" geralmente aparecem entre uma a quatro semanas após a pessoa ser infetada e, embora possam afetar qualquer um, geralmente aparecem em crianças e adolescentes. Segundo os especialistas, normalmente desaparecem sem a necessidade de tratamento.
Os dermatologistas salientam que, embora este tipo de lesão tenha sido bastante frequente na primeira onda da pandemia, parece ser menos habitual com a variante Delta.