Ser Feliz para sempre? Sim, é possível
“Feliz para sempre”, o título da sua primeira obra, pode levar a crer que é possível sermos ou sentirmo-nos felizes o tempo todo… é mesmo assim?
Sim, claro. Se ativarmos os 6 pilares da felicidade, que estão descritos no livro, acredito que seja possível sermos felizes para sempre. Não podemos confundir felicidade com conforto ou diversão. A felicidade é atingida quando somos saudáveis, quando estamos bem connosco próprios, quando temos um propósito de vida e percebemos o nosso caminho, quando nos amamos a nós próprios e conseguimos comunicar com o mundo que nos rodeia.
Na sua opinião, e partindo da sua experiência, o que é a Felicidade? E embora se admita que a felicidade possa não ser permanente, como podemos mudar o nosso nível de felicidade? Que “maus” hábitos devemos deixar?
A felicidade é um estado de quem se sente bem, em paz interior e com vontade de viver cada segundo da sua vida, mesmo sabendo que haverá momentos de dor. O segredo para sermos felizes é saber que esses momentos existem, mas que não podem afetar o nosso propósito de vida. Se mantivermos um estado de paz interior e tivermos bem definido os nossos objetivos de vida, esses momentos negativos serão apenas degraus para subirmos a escada da vida.
A genética poderá condicionar o sentimento de felicidade? Haverá pessoas que, por mais que tentem, não conseguem ser felizes…
(risos) A genética não pode condicionar o sentimento de felicidade. Ser feliz depende exclusivamente de nós próprios. A felicidade parte de nós, depende da forma como pensamos, sentimos ou agimos. Não devemos atribuir a culpa da infelicidade à genética, aos amigos, ao trabalho ou até ao sistema. Temos de ser capazes de otimizar as nossas ferramentas internas (todos nós as temos) para saber lidar com as adversidades da vida. Existem pessoas que não sabem gerir tão bem essas ferramentas, mas com ajuda profissional, conseguem. A Psicoterapia é uma ajuda essencial. Ao longo destes 10 anos ligado à Psicoterapia, eu e a minha equipa ajudámos mais de 9 mil pessoas a serem felizes.
E o aspeto cultural, que peso tem na construção do nosso conceito de felicidade? Não podemos esquecer que, desde cedo, somos «bombardeados» com aquilo que esperam de nós e somos motivados, desde tenra idade, a «ter»…
No meu entender a única questão cultural, que tem algum peso e que tem de ser desmistificada é o facto de nos ensinarem, desde a infância, que ninguém pode ser feliz para sempre. Esse é um mito que temos de quebrar. Temos de passar às gerações futuras, que sim, é possível ser feliz, hoje e sempre. E mais uma vez, reforço, o foco está em nós. Somos nós que definimos os nossos objetivos e traçamos as nossas expectativas, não são os outros.
Neste sentido, por que estamos sempre tão insatisfeitos? Na sua obra, refere que há um padrão para a infelicidade…
Justamente porque ainda não perceberam o verdadeiro conceito de felicidade. As pessoas que se sentem infelizes ainda não ressignificaram o conceito de felicidade. Ao longo da minha atividade como Psicoterapeuta, percebi que apenas algumas dezenas de fatores eram responsáveis pela maior parte dos estados de infelicidade. Por isso, na minha obra defino o padrão de infelicidade como um conjunto de fatores que nos perturbam e explico de que forma podemos quebrar esse mesmo padrão e sermos felizes para sempre.
Quais são então os pilares para construir a felicidade permanente de que fala no seu livro?
São seis os pilares que sustentam a felicidade permanente e no livro são descritos por ordem hierárquica: saúde física, paz interior, objetivos, caminho, amor-próprio e comunicação.
De uma forma resumida, podemos dizer que somos felizes para sempre quando num estado de saúde física, nos sentimos em paz interior, tendo definido um propósito de vida e compreendendo o caminho a percorrer, sem nunca esquecermos da importância de nos amarmos a nós próprios e nos relacionarmos com os outros.
“Num estado de felicidade permanente damos menos importância às emoções negativas e às experiências perturbadoras, como se estivéssemos protegidos, envoltos num escudo protetor.”