Não há para já prejuízos "evidentes" na agricultura, mas prevê-se um período de seca
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"Neste momento, estamos apenas numa situação em que há indícios claros de que poderemos vir a ter um período de seca, não há neste momento ainda prejuízos imediatos e evidentes" na agricultura, declarou o governante aos jornalistas.
O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, falava hoje na conferência internacional “A Herança Cultural da Dieta Mediterrânica", que se realiza até quarta-feira na Universidade do Algarve.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicou no início de maio que 96% do território de Portugal continental estava em abril em situação de seca fraca a moderada, o que representa um aumento de 20% em relação a março.
De acordo com o IPMA, as regiões do Norte e Centro foram as mais afetadas no último mês, com um aumento significativo da área em situação de seca, com a região do Algarve a ser a única a não se encontrar nessa situação.
Lembrando que o fenómeno é característico do Mediterrâneo e que ocorre em Portugal, habitualmente, de dez em dez anos, Capoulas Santos frisou que a seca é um "risco" para a atividade económica, nomeadamente, a agricultura, sendo possível mitigar os seus efeitos.
"A água nas barragens, estando em níveis mais baixos, não é suscetível de comprometer a campanha do regadio, mas é um assunto que o Governo, naturalmente, acompanha dia a dia e a cada momento e, sempre que se justifique, não deixará de acionar as medidas adequadas", referiu.
O ministro da Agricultura lembrou que adotou em novembro um conjunto de medidas de apoio financeiro no baixo Alentejo para que os agricultores pudessem abrir furos ou adquirir equipamentos para transportar a água.
Relativamente à exportação de produtos alimentares relacionados com a dieta mediterrânica, o governante apontou um crescimento das exportações de fruta em 15%, nos meses de janeiro e fevereiro.
A produção de azeite quadruplicou na última década, com as exportações a triplicarem no mesmo período.
Em crescimento, encontra-se também a exportação de frutos secos, que sofreu uma "grande evolução", concluiu.