Urgências no hospital de Leiria quase duplicam média de atendimentos num só dia
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Em comunicado, o CHL refere que o serviço de urgências tem "verificado um afluxo especialmente elevado de utentes, tendo chegado, em apenas um dia, a atingir quase o dobro da média de utentes previstos, que é de 240, com 447 atendimentos registados", situação que se registou entre o dia 11 e 12.
Citada no comunicado, a diretora clínica do CHL, Elisabete Valente, considera os dados "muito preocupantes" e entende que "revelam que ainda há muito a fazer no que respeita à sensibilização dos utentes e de todos os profissionais envolvidos na rede nacional de cuidados de saúde, para a correta utilização das urgências hospitalares".
Segundo esta responsável "durante o mês de julho, 48,7% dos casos atendidos na urgência do Hospital de Santo André corresponderam a situações não urgentes".
"Além da prevenção de contágios e do agravamento de situações mais simples, a utilização correta das urgências facilita o seu funcionamento no atendimento aos casos realmente urgentes", frisa Elisabete Valente, alertando que "na urgência não se fazem consultas, e esta é uma ideia que ainda não está bem entendida por todos".
Durante o mês de julho, a urgência do Hospital de Santo André registou 8.824 atendimentos e nos primeiros 15 dias de agosto 4.223. O número médio diário de doentes socorridos na urgência na primeira metade do mês de agosto foi de 277, cerca de 17,3% acima da média de utentes previstos (240), à semelhança do cenário verificado no mês de julho, em que foram atendidos mais 18,6% de utentes, que o previsto.
O CHL afirma que, apesar do aumento do número de atendimentos, "os tempos definidos pela prioridade - que compreendem o tempo de espera entre a triagem e a primeira observação - têm sido mantidos".
No que respeita aos casos classificados com a cor amarela (urgentes), correspondentes a 45,52% do total de ocorrências em julho e nos primeiros 15 dias de agosto, o tempo médio de espera foi de 41 minutos, em julho, e de 42 minutos em agosto, cerca de 20 minutos a menos que os 60 minutos previstos.
As situações classificadas como "não urgentes", identificadas com as pulseiras verde, azul e branca (47,78% durante este período), registaram tempos médios de 92, 94, e 62 minutos, em julho, e 124, 185 e 77 minutos, em agosto, quando os tempos de referência de espera estão compreendidos entre os 120 (para casos identificados com pulseira verde) e os 240 minutos (para casos com pulseira azul).
"A rede de referenciação de doentes está claramente definida a nível nacional, e inclui todos os prestadores de cuidados de saúde em todos os níveis, com uma hierarquia clara tendo em conta a urgência das situações. Os utentes devem dirigir-se às urgências hospitalares apenas em situações previsivelmente graves, ou em que a demora de diagnóstico e/ou tratamento possa acarretar graves riscos para a saúde, e estes casos são habitualmente referenciados pelo médico de família ou pelo INEM, e os doentes transportados ao hospital por esta via", frisou ainda Elisabete Valente.
Em todos os outros casos, "os utentes devem antes procurar apoio de outros serviços de saúde, nomeadamente a Linha Saúde 24 ou os cuidados de saúde primários".
"Em caso algum o utente deve usar por sua iniciativa os meios de socorro como 'transporte particular' para ser atendido numa urgência hospitalar", reforça a diretora clínica, recordando que "também esses meios seguem a rede de referenciação e, em casos não urgentes, devem usar como destino os cuidados primários".