Verão ainda não chegou, mas os ultravioletas já são muito elevados
Um novo estudo sobre o índice de raios ultravioleta, divulgado pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), revela que os níveis já são muito elevados em Portugal.
Numa escala de zero a 11, registam-se, “por todo o país, níveis de oito e nove. E não estamos no Verão”, diz o secretário-geral da APCC, Osvaldo Correia. Esta quarta-feira, assinala-se o Dia do Euromelanoma.
“Considera-se que são muito elevados 7, 8 e 9; níveis extremos: 10 e 11. Portanto, estamos debaixo de índices ultravioleta mesmo fora do Verão, em pleno Maio e Junho”, elabora.
Numa altura em que são cada vez mais os adeptos do desporto ao ar livre, a informação sobre o nível do índice ultravioleta assume especial relevância, sobretudo se se quiser evitar problemas de saúde futuros.
A temperatura pode enganar. “Por vezes, as temperaturas não são elevadas. Podemos ter temperaturas que variam entre 20 e 30 graus e ter o mesmo índice ultravioleta”, diz o dermatologista. “Termos brisa, vento ou nevoeiro pode-nos enganar, porque os dias podem ser de ultravioleta elevados e o risco de queimaduras solares está aí.”
Os níveis de ultravioleta são publicados todos os dias no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A consulta é recomendada sempre que se pretenda sair de casa, seja para ir correr, “à praia ou à piscina”.
O estudo da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo indica que, em 2013, cerca de 13% dos maratonistas sofreram queimaduras aquando da prática desportiva ao ar livre.
Homens também precisam de ter cuidado
Quando se fala em cuidados a ter com a pele, é costume os homens pensarem que o assunto não lhes diz respeito. Não apreciam colocar creme no corpo, o protector solar fica nas mãos e leva tempo a ser absorvido.
Mas a pele dos homens não é diferente da das mulheres no que toca aos cuidados a ter e aos riscos que corre quando exposta aos raios ultravioleta. Todos devem evitar a exposição da pele às horas de maior perigo (entre as 11h00 e as 17h00).
Mas quem tem mesmo de estar na rua entre esse período deve usar vestuário adequado – “nomeadamente, chapéu e uma camisola que cubra essencialmente o decote e os antebraços” – e protector solar de índice elevado. A sua aplicação “tem de ser renovada regularmente” para que o creme faça efeito.
Alguns sinais a estar atento
Esta quarta-feira, assinala-se o Dia do Euromelanoma e cerca de 40 serviços de saúde portugueses (lista em PDF) disponibilizam rastreios gratuitos ao cancro da pele. Toda a população pode fazer o exame, mas há grupos de maior risco.
Quais são esses grupos?
Pessoas de pele clara; com tendência a queimaduras solares ou que sofreram queimaduras solares, sobretudo, em idades jovens ou infância; quem está muito exposto ao sol; quem frequenta solários; quem tem mais de 50 sinais e, sobretudo, os homens que têm mais de 50 anos com pele clara e muitos sinais; pessoas com antecedentes familiares com cancro de pele; e os transplantados de órgãos, que têm mais riscos do que todos os anteriores.
Além dos rastreios gratuitos, deve fazer o auto-exame de dois em dois meses. Não há desculpas, diz Osvaldo Correia: “São dez minutos. Dez minutos seis vezes por ano é uma hora por ano. Todos temos de ter tempo para este tipo de exame.”