Saúde Oral

XLH: como os cuidados orais diários ajudam a manter os dentes sãos

Atualizado: 
06/08/2024 - 11:22
Abcessos dentários e dor estão entre os principais problemas dentários associados à XLH, ou Raquitismo Hipofosfatémico ligado ao X. Luísa, atualmente com cinco anos, nunca apresentou "queixas ou problemas relacionados com os dentes". A mãe, dentista, procura sempre por mais e melhor informação sobre o tema e não tem dúvidas que ter iniciado, precocemente, o tratamento a esta patologia, "evitou muitos problemas de saúde, inclusive na saúde oral".

O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X é uma condição genética rara que afeta o metabolismo do fósforo, um mineral importante para a formação e manutenção dos ossos e dentes. "Os problemas bucais mais comuns no paciente XLH são a formação de abcessos dentários e, como consequência, a desvitalização desses dentes", começa por explicar Camila Brodbeck, especialista em medicina dentária e mãe de uma menina com XLH. "Pela deficiência do cálcio no organismo, esses dentes ficam mais frágeis e com uma parede mais fina",  tornando-os assim, "mais sucetíveis a infiltração de bactérias e como consequência à formação dos abcessos", acrescenta, admitindo, no entanto, que "quando a Luísa foi diagnosticada não nos foi alertado sobre os problemas de saúde oral relacionados com a XLH". 

No seu caso, Luísa nunca apresentou qualquer queixar a este nível. "Por ser mais suscetível a estes problemas, eu tento explicar a importância de cuidar dos dentes", sublinha a mãe, Camila. "A Luísa nunca foi resistente à escovagem dos dentes. Sempre procurei introduzir coisas lúdicas, como escovas que ela goste, pasta com um sabor agradável", revela explicando que o fio dentário "também faz parte da rotina da Luísa, desde sempre". 

"Além de escovar e cuidar dos dentes dela, eu tento explicar tudo o que acontece se ela não escovar: como as bactérias podem estragar os nossos dentes. Também sabe que a escovagem da noite é a mais importante", acrescenta revelando o truque que faz com que garanta uma boa rotina de saúde oral: "deixo-a escovar sozinha primeiro, para ganhar destreza e confiança, depois eu escovo para finalizar". 

"Utilizar pastas com índice de flúor adequado (acima da 1100 ppm)" é ainda um dos principais cuidados a ter em conta. Posta em prática esta rotina, Camila adianta que quanto à alimentação "não há restrições". 

Em todo o caso, observa que continuará a ter "preocupações quanto às fragilidades relacionadas à XLH que, mesmo com todos os cuidados, não conseguimos evitar, devido aos níveis de cálcio no organismo. Mas, estarei sempre atenta e informada para dar uma melhor qualidade de vida à Luísa". 

Como mãe, aconselha aos pais que procurem "profissionais interessados na particularidade desta doença, que procurem estar sempre informados e estudem a patologia".  "As consultas de rotina são muito importantes" sublinhando que não se deve procurar ajuda apenas "quando algo já não vai bem". 

"As consultas desde cedo são importantes para os pais e para a familiarização das crianças com o dentista e o ambiente odontológico", afirma. 

A Luísa tem 5 anos e 7 meses e faz tratamento à XLH desde os 2 anos e 4 meses. "Já são mais de 3 anos de tratamento", revela a mãe adiantando que a "Luísa nunca apresentou grandes alterações por ter iniciado o tratamento cedo".  Atualmente, ela tem uma vida "completamente normal, ativa e sem dores".

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Camila Brodbeck