Opinião

O médico de família é um pilar imprescindível no Sistema Nacional de Saúde

Atualizado: 
21/05/2019 - 10:32
O médico de família é um gestor de recursos, compromete-se com a pessoa desde que a admite na sua lista de utentes, ficando desde então disponível para a tratar num contexto integrado quer seja na família ou na comunidade.

A origem do médico de Família surgiu na década de 70.

Portugal fez história quando criou o Serviço Nacional de Saúde. Conseguiu obter uma cobertura assistencial de excelência no âmbito dos cuidados de saúde primários, com a atribuição do médico de família aos utentes.

Não podemos deixar de salientar a importância deste sistema de saúde, cujo protagonista foi o médico de família que teve o mérito de desenvolver uma assistência inovadora com a integração e continuidade de cuidados preventivos, antecipando atitudes que até aí não eram contempladas.

Conseguiu criar uma forte ligação na relação médico/utente mantendo sempre um papel preponderante ao nível do programa assistencial.

Inicialmente os médicos de família estavam integrados nos Centros de Saúde e atualmente exercem as suas atividades nas Unidades de Saúde Familiar.

O Médico de Família é um médico especialista, responsável pela prestação de cuidados de saúde, a todas as pessoas que carecem de cuidados médicos e que estejam integrados no sistema nacional de saúde.

É um clínico competente, bem diferenciado em todas as áreas, que acompanha os pacientes desde o nascimento até ao ciclo final da vida.

Presta assistência na saúde de forma personalizada e continuada, centrada na pessoa, integrada na sua família e na comunidade, estando habilitado a cuidar e a tratar os problemas de saúde mais frequentes que surgem na população em geral.

Tem como função resolver os problemas de saúde das pessoas que o procuram, seja qual for a faixa etária em que se encontrem.

Desde o início que assumiu um forte elo de ligação com o utente, construindo e alimentando uma relação de confiança médico/ utente imprescindível para o sucesso da adesão às medidas preventivas e de tratamento das doenças.

O médico de família é um gestor de recursos, compromete-se com a pessoa desde que a admite na sua lista de utentes, ficando desde então disponível para a tratar num contexto integrado quer seja na família ou na comunidade, devendo para isso conhecer todos os recursos existentes da comunidade (centros de dia, instituições de cuidados continuados, lares de terceira idade, infantários, casas de acolhimento).

Para além do seu trabalho clinico, o médico de família tem funções de orientação de formação de Internos e de investigação

Em suma, o Medico de Família é um pilar imprescindível no Sistema Nacional de Saúde, devendo ser assegurada a sua atribuição a todos os utentes, todavia muito há ainda a fazer a fazer sobretudo na criação de mais vagas uma vez que os dados obtidos em Abril de 2018 demonstraram que cerca de 740 mil cidadãos não tinham médico de família em Portugal.

Professora Antonieta Dias - especialista em Medicina Geral e Familiar no Hospital Lusíadas Porto

Nota: 
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