Cólica renal: causas, sintomas e terapêutica
Estas cólicas, poderão variar entre um ligeiro desconforto no flanco e uma dor violenta com irradiação do flanco até á região inguinal (virilha) necessitando por vezes de internamento hospitalar afim de se proceder a uma terapêutica (medicação) eficaz para controlo da dor. Durante as crises não existe uma posição antiálgica (que diminua a dor) e os doentes, pelo contrário, ficam em grande agitação, não encontrando alívio em qualquer posição.
Quais são as causas da cólica renal?
A obstrução do bacinete e ureteres (alto aparelho urinário), seja ela intrínseca (dentro do alto aparelho urinário) ou extrínseca (fora do alto aparelho urinário), leva ao impedimento da progressão da urina, provocando uma dilatação da via urinária alta que, sendo intermitente, ocasiona a dor cólica que tem assim a característica de ser paroxística. Quando a obstrução é completa a dor quase desaparece ficando o doente com a impressão de falsas melhoras, o que poderá conduzir a uma situação de maior gravidade. As causas intrínsecas, mais frequentes, são cálculos, coágulos, necrose papilar, estenoses (apertos) de causa inflamatória ou parasitária, eg. tuberculose ou bilharziose, ou doença da junção pielo-ureteral e mais raramente tumores uroteliais obstrutivos. As causas extrínsecas, pouco frequentes, poderão ser compressões por tumores de órgãos vizinhos, lesões traumáticas ou fibrose idiopática retroperitoneal.
Sintomas da cólica renal
A dor é do lado da obstrução mas o foco de maior intensidade pode depender da sua localização. A cólica inicia-se frequentemente no flanco mas também pode ser sentida no abdómen, região inguinal ou nos genitais. Pode associar-se a náuseas e vómitos e aumento da frequência das micções ou imperiosidade de urinar. Frequentemente pode estar associada hematúria (sangue na urina) que pode ser visível á vista ou só ao microscópio.
Os rins estão situados nos flancos ligeiramente abaixo da 11ª costela e têm como função a filtração e eliminação de metabolitos do nosso corpo. Alguns desses metabolitos poderão em determinadas circunstâncias cristalizar e conglomerar-se constituindo assim cálculos.
Um cálculo renal pode permanecer silenciosamente num rim até ser descoberto acidentalmente. Por vezes, como já se disse o cálculo pode obstruir a passagem de urina e provocar dor.
Como se faz o diagnóstico da cólica renal?
O diagnóstico é feito pela história clínica e observação do doente, mas apenas com exames de imagem poderemos confirmar o diagnóstico e determinar a localização da obstrução e se de cálculo se tratar, a sua dimensão. Um Rx simples e ecografia do aparelho urinário são exames de primeira linha podendo no entanto ser necessário uma TAC para melhor esclarecimento.
Terapêutica da cólica renal
Dado a intensidade da dor, os doentes, normalmente, recorrem a Serviços de Urgência, onde, após diagnóstico, será administrada terapêutica adequada de analgesía e profilaxia das complicações.
Muitos cálculos são suficientemente pequenos para serem eliminados naturalmente ao fim de algum tempo enquanto outros, pela sua dimensão, localização ou por acidentes anatómicos, poderão encravar e demorar mais tempo ou mesmo não serem eliminados. O urologista deverá apreciar a possibilidade de saída espontânea mas, se a situação for de previsão negativa, se houver febre ou o sofrimento do doente se prolongar, resta o recurso a uma intervenção cirúrgica.
A intervenção cirúrgica poderá ser não invasiva, Litotrícia Extracorporea por Onda de Choque (LEOC), mini-invasiva (endoscópica) ou cruenta (cirurgia aberta).
Nos cálculos de ácido úrico poder-se-á tentar a sua dissolução com alcalinisantes da urina.
Todos os cálculos extraídos ou eliminados deverão ser analisados afim de se instituir dieta e terapêutica profilática adequada.