Infra-estrutura de excelência

Agrária de Viseu com novo laboratório na área da microbiologia veterinária

A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu anunciou que passou a dispor de instalações laboratoriais com o nível 3 de biossegurança, que possibilitarão o diagnóstico e a investigação na área da microbiologia veterinária.

Na câmara do laboratório “serão manipulados, em condições de segurança, agentes indígenas ou exóticos que podem causar doenças graves ou letais em humanos”, explicam os docentes da escola João Mesquita e Fernando Esteves.

Segundo os docentes, o laboratório de biossegurança de nível 3 (Biosafety level 3 – BSL3) é considerado “uma infra-estrutura veterinária de excelência no apoio da sanidade na ovinicultura da região centro”. Foi criado no âmbito de uma estrutura mais ampla do Departamento de Zootecnia, Engenharia Rural e Veterinária de apoio à produção animal, o Ovislab.

A implementação deste novo equipamento resulta de uma candidatura do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro Mais Centro, com um financiamento total de 680.019 euros.

João Mesquita e Fernando Esteves referem que o laboratório BSL3, “único no país, é adequado a necropsias de animais de espécies de pequeno, médio e grande porte, centrando-se e focando-se em Viseu o núcleo científico de sanidade animal ovinícola de apoio à produção animal nas doenças de sério potencial zoonótico”.

“Permite ainda prestar apoio à monitorização e alerta precoces de vírus emergentes e tendencialmente epidémicos, com potencial impacto muito negativo para a saúde animal, tecido produtivo primário e, consequentemente, para a economia regional”, acrescentam.

Os docentes realçam que, “com a instalação deste laboratório, é agora possível disponibilizar suporte numa panóplia de doenças infecciosas em ovinos”, cuja manipulação era legalmente vedada devido à “transmissibilidade e perigosidade para a saúde humana”.

Graças às “modernas barreiras de segurança biológica agora instaladas é adequada a manipulação de agentes microbiológicos do nível de segurança 3”, ou seja, aqueles que são capazes de causar "doença grave na saúde humana e risco grave para os trabalhadores e capaz de se propagar na colectividade”.

Muitas destas doenças humanas de nível de segurança biológica 3 são provenientes de ovelhas.

João Mesquita e Fernando Esteves lembram que a região da Serra da Estrela “é o solar da ovelha autóctone com o mesmo nome, cujo potencial produtivo, associado ao saber fazer de um dos melhores queijos de montanha da Europa, constitui um dos pilares da sustentabilidade socioeconómica” desta área.

“A rusticidade e as potencialidades produtivas da ovelha Serra da Estrela fazem dela o motor de desenvolvimento que contribui decisivamente para a fixação de pessoas e ocupação do território, nesta área significativa da Região Centro”, frisam.

Atendendo à proximidade à Serra da Estrela e ao trabalho que tem desenvolvido na área da ovinicultura, a Escola Superior Agrária de Viseu “está fortemente sensibilizada e comprometida na prática de investigação aplicada e de desenvolvimento tecnológico de apoio à ovinicultura da região”.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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