Época festiva

30% dos acidentes rodoviários originam lesões na coluna cervical

De acordo com Associação Nacional de Segurança Rodoviária, em Dezembro de 2015 ocorreram em Portugal 2742 acidentes rodoviários. Destes, registaram-se 3348 feridos ligeiros.

Se esta é uma realidade pouco falada, Luís Teixeira, Presidente da Associação Portuguesa Spine Matters e médico ortopedista, defende que é importante olharmos também para estes números, sendo que em média 30% dos acidentes rodoviários ligeiros são responsáveis por lesões da coluna cervical, nem sempre atempadamente diagnosticadas. O alerta é feito pela Associação Portuguesa sem fins lucrativos que reforça a importância da prevenção e enumera alguns cuidados a ter antes de ir para a estrada.

“A lesão por Whiplash (chicote cervical) é o processo mecânico de hiperflexão e hiperextensão bifásicas. O que acontece é uma compressão dos músculos do pescoço de um lado, enquanto se distendem do oposto, voltando de imediato à sua posição inicial. As suas consequências podem variar muito, desde cervicalgias, que podem ser muito debilitantes, a diversas manifestações músculo-esqueléticas e neurológicas, sendo que os sintomas podem aparecer apenas 12 a 14 horas depois do impacto".

Sinais e sintomas a que devemos estar atentos depois de um acidente de viação:

- Dor e rigidez no pescoço, ombros, parte superior ou inferior das costas
- Cefaleias
- Tonturas, visão turva, dor no maxilar ou a engolir
- Cansaço, irritabilidade ou dificuldades de concentração

"Os problemas na coluna afetam não só o condutor, mas também qualquer passageiro que viaje dentro do veículo, sendo que é importante ter alguns cuidados de forma a proteger a coluna quando conduzimos. São exemplos disso, a postura, a inclinação do corpo, estarmos ou não mais relaxados, tudo isso pode ter uma correlação direta com as lesões dos acidentes ligeiros de viação", acrescenta o especialista, Luís Teixeira, que deixa também alguns conselhos práticos:

- Inclinação do banco: É importante regular a inclinação do banco para estar num ângulo entre 100 a 120º. Uma inclinação excessiva pode ser prejudicial, mas também um banco demasiado reto, que deixe os músculos tensos e desconfortáveis, pode ser igualmente perigoso. Certifique-se de que a sua coluna lombar e costas estão totalmente apoiadas no encosto do banco e nunca conduza só com um braço, que leva a uma maior tendência de inclinação do corpo, o que no momento do embate pode ser muito grave.

- Distância do assento: A distância do assento deve ser ajustada de forma a que a coluna esteja totalmente apoiada no banco, com as pernas e braços levemente fletidos. Na pressão dos pedais de travagem e embraiagem, os joelhos devem permanecer ligeiramente fletidos. Este pormenor é muito importante uma vez que se os joelhos estiverem esticados no momento do impacto a energia pode provocar uma fratura nas pernas, bacia ou mesmo na base da coluna vertebral. No entanto, se dobrar demasiado os joelhos, irá potenciar uma má circulação do sangue, o que é negativo quando conduz muitas horas seguidas, mas também pode uma lesão séria numa colisão.

- Ajuste do volante: Quando existe essa opção no veículo, o volante deve ser posicionado de forma a que o condutor tenha visibilidade do painel sem ter que mover a cabeça para ler alguma informação. No entanto, o mesmo não deve tocar nas coxas. Deve, ainda, segurar-se o volante com as duas mãos. O condutor deve estar na posição correta para que o encosto de cabeça absorva o impacto causado pelo efeito chicote.

 

- Fazer pausas a cada duas horas e alongar o corpo: válido para todas as viagens longas mas também para quem trabalha sentado o dia todo – a possibilidade de hérnia discal é maior, pela sobrecarga lombar.

Fonte: 
Marta Pereira Comunicação
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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